quinta-feira, 7 de março de 2024

Casamento - Divórcio e Novo Casamento


 





O presente trabalho não tem como objetivo nem de longe dar uma palavra final sobre este assunto. 

O objetivo é apresentar em que ponto os irmãos divergem e apresentar ambas as razoes e explicações históricas e teológicas para que você possa estudar bem o assunto e junto com sua igreja chegarem a uma posição.

Importante destacar aqui que nesse assunto a igreja do Senhor tem muito mais unidade do que divergência.

Por exemplo.

- Toda a igreja concorda que o casamento é santo e digno de honra e que deve ser aceito e respeitado por todos como a forma divina para união entre o homem e a mulher.

⁴ "Digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula; porque Deus julgará os impuros e adúlteros".  - Hebreus 13:4

- Toda a igreja concorda que o casamento foi criado por Deus (Genesis 1 e 2) para ser uma união plena e eterna para jamais ser rompido e durar até a morte.

"De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem".  - Mateus 19:6

- Toda a igreja concorda que o divórcio não é da vontade de Deus e nem do seu agrado. Foi concedido no Antigo Testamento por motivo da dureza do coração do homem. 

"Respondeu-lhes Jesus: Por causa da dureza do vosso coração é que Moisés vos permitiu repudiar vossa mulher; entretanto, não foi assim desde o princípio".  - Mateus 19:8

16 "Porque o Senhor, Deus de Israel, diz que odeia o divórcio..." - Malaquias 216a

- Toda a igreja concorda que havendo a separação, todo o trabalho deve ser feito para que haja o perdão e a reconciliação. A igreja trabalha para consolidar e salvar casamentos.

- Toda a igreja concorda que uma traição no casamento constitui adultério e que o adúltero não está livre para desfazer o casamento e se casar de novo com outra mulher. Antes deve se arrepender e retornar para sua esposa.

Assim sendo, podemos observar que temos muita unidade nesse importante assunto.


A divergência existe na questão de haver (ou não) uma cláusula, exceção para o novo casamento. Bem, na verdade existe em apenas dois textos do evangelho de Mateus.

³¹ Também foi dito: Aquele que repudiar sua mulher, dê-lhe carta de divórcio. ³² Eu, porém, vos digo: qualquer que repudiar sua mulher, exceto em caso de relações sexuais ilícitas, a expõe a tornar-se adúltera; e aquele que casar com a repudiada comete adultério.  (Mateus 5:31-32)

9"Eu, porém, vos digo, quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra comete adultério [e o que casar com a repudiada comete adultério]. Mateus 19:9

E nesse ponto existe duas interpretações no seio da igreja de Cristo. Ou seja, duas maneiras de entender essas duas passagens. 

A primeira vai dizer que conforme a exceção no texto existe um motivo pelo qual é possível o novo casamento.

A segunda vai dizer que não existe nenhum motivo para novo casamento e que a exceção no texto significa outra coisa e jamais uma possibilidade de novo casamento.

Neste estudo vamos apresentar as duas interpretações para que você possa bem estudá-las e junto com sua congregação chegarem a uma definição. Tal definição definirá a posição que a igreja irá tomar nesse caso.

Antes de nos aprofundarmos nessa questão de casamento-divórcio e novo casamento talvez seja importante considerar o seguinte.

O que é casamento?

Recomendamos a leitura da seguinte postagem. -  O QUE É CASAMENTO?

Também antes de apresentarmos as duas posições teológicas sobre casamento - divórcio e novo casamento convém lembrar duas questões importantes.

Primeiro - A Indissolubilidade do casamento.

Ambos os lados consideram que o casamento não pode ser desfeito por meras questões de capricho humano. Jamais. Deus fez o casamento para durar até a morte.

Aqueles que defendem que não existem nenhuma exceção para novo casamento consideram que o casamento é absolutamente indissolúvel e por causa alguma pode ser desfeito. Nem mesmo se o casal se separa e se casarem novamente e constituírem famílias e filhos de outro casamento.

Os que defendem que existe uma exceção como a fornicação, prostituição e adultério consideram que neste caso a aliança é rompida, profanada, quebrada, e assim possibilita chance de nova união de casamento para a parte vítima desse adultério. 

Consideram também no caso de abandono do cônjuge, baseado em 1 Coríntios 7:15. 

Em somente estes dois casos, nos demais consideram também o casamento indissolúvel.


Segundo - Como tratar os casos que chegam.

Ou seja, como tratar casais que chegam na igreja para se converterem mas já vem com um histórico de novos casamentos, traições, rompimentos diversos, etc.

Nesse ponto se considera que não se pode aplicar a lei de Cristo quando essas pessoas ainda não viviam no regime dessa lei, antes no mundo esses princípios de Cristo não são respeitados. 

Assim considera-se eles a partir do momento do novo nascimento em Cristo. Vieram separados e sem novo casamento são considerados como solteiros, vieram casados, devem a partir daí serem fiéis ao casamento até a morte.

Sobre este ponto trago aqui uma parte do estudo do nosso irmão e advogado cristão Alex Soares quando no seu estudo com o tema - Separação e Divórcio (Seus desdobramentos a luz das escrituras e das culturas em que o cristianismo floresceu).


"Outro aspecto que deve ser levado em conta é o estado espiritual das pessoas antes e depois da conversão. Isso com relação ao fato da igreja aceitar pessoas SEPARADAS, DIVORCIADAS ou em UNIÃO ESTÁVEL, que chegam do mundo.

A situação espiritual em que essas pessoas se encontram é tão drástica, que as palavras que a Bíblia usa são muito radicais; Morto, Mortos, Novo nascimento; Morte e ressurreição. Nascer de novo...


Conceito Espiritual Sobre o Estado das Pessoas:

Estado anterior ao batismo

Efésios 2:1 

Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados,


Colossenses 2:13. 

E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos;

Estado após o Efeito do Batismo

Romanos 6:4 

Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi

ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós

em novidade de vida.


...


Sendo assim devemos considerar:


1. O casamento e seus desdobramentos antes da conversão.

2. O casamento e seus desdobramentos depois da conversão.


O desafio consiste em saber como lidar com as variações de casos que levam pessoas a separar ou divorciar. Para entender tudo isso. Vamos pesquisar importantes textos Bíblicos e aprender sobre o tema, mas independente de qualquer posição tomada por você ou pela liderança de uma congregação, devemos ficar firmes e nos lembrar que nunca poderá haver divisão na igreja do Senhor, por qualquer motivo;


1 Co 1: 10 Rogo-vos, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo,

que faleis todos a mesma coisa e que não haja entre vós divisões; antes,

sejais inteiramente unidos, na mesma disposição mental e no mesmo

parecer.

...13  Acaso, Cristo está dividido? Foi Paulo crucificado em favor de vós ou fostes,

porventura, batizados em nome de Paulo?


A estrutura da igreja, pensada por Deus, consiste em congregações autônomas onde lideranças locais são responsáveis pelo trato na sã doutrina, e isso pode variar de acordo com a cultura ou leis vigentes naquela localidade. Desta forma, uma congregação não pode julgar outra por certos procedimentos, mas responderá diante de Deus por suas decisões. Casamento em alguns lugares do mundo variam em seus conceitos, como por exemplo entre os indígenas, Africanos, Birmaneses, etc.


(Alex Soares - Casamento e Divórcio)


Para entender bem esse aspecto e sua aplicação recomendo a leitura completa do estudo.

Para acessar segue link para o PDF do seu estudo completo.

Separação e Divórcio (Seus desdobramentos a luz das escrituras e das culturas em que o cristianismo floresceu).


Pronto. Feito essas devidas considerações sobre o que é casamento. A indissolubilidade do casamento e casos que chegam na igreja para tratarmos, vamos ao estudo dessas duas posições de entendimento dentro da igreja no que diz respeito a exceção para novo casamento.

A primeira coisa que é importante destacar como introdução da apresentação das partes, recomendo e trago aqui uma introdução do Dr. Álvaro Pestana sobe este tema em seu livro "Sempre me Perguntam" Volume 1 quando ele introduz seu estudo sobre - Jesus aprova o divórcio e novo casamento? Onde ele defende a posição que não existe nenhuma exceção para permitir um novo casamento. 


"O texto que se lerá tem um posicionamento muito específico e definido sobre a questão do divórcio que não é compartilhado por todos.

Outros irmãos têm outro posicionamento nesta questão.

Apesar de divergirmos neste assunto específico, permanece o fato de sermos irmãos, renascidos do mesmo Pai e unidos pelo mesmo Espírito ao único Senhor, Cristo Jesus.

Portanto, é importante que o leitor lembre, durante toda a leitura deste capítulo (e de todo este livro!), que o texto apresentado será, necessariamente, contundente na defesa de seu ponto de vista.

O vigor da argumentação não pretende ofender nem faltar ao amor com irmãos que pensam diferente.

Também é bom lembrar que o modo de lidar com pessoas já envolvidas em divórcios e novos casamentos consistirá em ensiná-los e não os julgar.

Temos que deixar com eles a responsabilidade de tomarem uma decisão diante do seu Senhor, levando em conta o ensino de Jesus.

Eles tomarão suas decisões e nós tomaremos as nossas.

Nossa função é ensinar e praticar o que Jesus ensinou.

Alguém pode objetar: “Este assunto não criará divisão?” Creio que não.

Hoje, convivo em uma congregação onde vários pontos de vista sobre este assunto convivem em paz, fomentando respeito para com o casamento e diálogo cuidadoso com os irmãos.

Assim, é possível “concordar em discordar”. Nenhuma divisão pode ser justificada com base neste estudo.

Mesmo sabendo que este assunto é polêmico, resolvi, assim mesmo, incluir este capítulo. Ele está aqui mais por dever do que por querer. Não podemos ser covardes e fugir do ensino da palavra de Jesus".

(Livro: Sempre me Perguntam - Álvaro Pestana - Pág.185)


Assim sendo, essas divergências não devem escandalizar os santos nem fazer pensar que a igreja é dividida e fora da doutrina.

Segue os dois textos que se baseiam o entendimento de permitir ou não novo casamento. Ambos do evangelho de Mateus. A versão e a mais antiga, Revista e Atualizada de João Ferreira de Almeida.

³¹ Também foi dito: Aquele que repudiar sua mulher, dê-lhe carta de divórcio. ³² Eu, porém, vos digo: qualquer que repudiar sua mulher, exceto em caso de relações sexuais ilícitas, a expõe a tornar-se adúltera; e aquele que casar com a repudiada comete adultério. - Mateus 5:31,32


³ Vieram a ele alguns fariseus e o experimentavam, perguntando: É lícito ao marido repudiar a sua mulher por qualquer motivo? ⁴ Então, respondeu ele: Não tendes lido que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher ⁵ e que disse: Por esta causa deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne? ⁶ De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem. ⁷ Replicaram-lhe: Por que mandou, então, Moisés dar carta de divórcio e repudiar? ⁸ Respondeu-lhes Jesus: Por causa da dureza do vosso coração é que Moisés vos permitiu repudiar vossa mulher; entretanto, não foi assim desde o princípio. ⁹ Eu, porém, vos digo: quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra comete adultério [e o que casar com a repudiada comete adultério]. ¹⁰ Disseram-lhe os discípulos: Se essa é a condição do homem relativamente à sua mulher, não convém casar. ¹¹ Jesus, porém, lhes respondeu: Nem todos são aptos para receber este conceito, mas apenas aqueles a quem é dado. ¹² Porque há eunucos de nascença; há outros a quem os homens fizeram tais; e há outros que a si mesmos se fizeram eunucos, por causa do reino dos céus. Quem é apto para o admitir admita.   - Mateus 19:3-12


Primeiro entendimento cristão - A exceção permite novo casamento

Nesse modo de entender interpreta as exceções que aparecem nos dois textos do livro de Mateus como sendo permissivo de um divórcio e novo casamento sem que se constitua adultério.

Segue um breve resumo dessa posição apresentada pelo seu autor Frank Brito - mas o estudo completo estará nos PDFs abaixo.


REGRA E EXCEÇÃO


Quando entendemos que o divórcio só existe por causa do pecado, que se não houvesse
pecado não haveria divórcio, podemos entender porque Jesus ensinou que o divórcio só
pode existir como exceção e nunca como regra. 

A regra do quinto mandamento é que os filhos devem honrar e obedecer aos pais
(Êxodo 20:12; Efésios 6:1-3), mas uma exceção à regra é quando os pais ordenam
que os filhos desobedeçam Jesus. 
Nesse caso, disse Jesus, quem “não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos,
e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo” (Lucas 14:26). 

A regra do sexto mandamento é que não devemos matar o nosso próximo (Êxodo 20:13), mas
uma exceção à regra é que, se alguém estiver tentando nos matar,nesse caso é lícito matar em legítima defesa (Êxodo 22:2-3). 

Moisés cita o caso de alguém invadindo uma residência à noite e diz que se o invasor morrer
o que o feriu não será culpado do sangue” (Êxodo 22:2).

Da mesma forma, se um homem e uma mulher são casados e um deles se relaciona com outra pessoa, isso é adultério, que é uma violação do sétimo mandamento (Êxodo 20:14). 

Por isso, Jesus disse: “Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher…
e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também
comete adultério” (Mateus 19:9). 

Por que “comete adultério“? 

Porque, ainda que o marido tenha repudiado a mulher, eles continuam casados aos olhos
de Deus. E se ainda estão casados aos olhos de Deus, é adultério se relacionar com outra
pessoa
Essa é a regra do sétimo mandamento: se você está casado com uma pessoa, você não
pode se relacionar com outra. 
E essa regra do sétimo mandamento, como toda a lei moral, e está fundamentada
na ordem da Criação: “Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher,
e serão ambos uma carne” (Gênesis 2:24). 

Contudo, Jesus não apresentou somente uma regra. Ele apresentou também uma exceção:
“Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher,
exceto por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra, comete adultério” (Mateus 19:9). 

Quando ele diz, “exceto por”, ele está dizendo que esse caso é uma exceção à regra. 

A regra é que se você se casou com uma pessoa, você não pode se separar daquela pessoa
para se casar com outra. Se você fizer isso, será um ato de adultério. 
A exceção são os casos de relações sexuais ilícitas"

Nesses casos, quem repudiar sua mulher e casar com outra não comete adultério”.
Esse é o significado de uma exceção. Significa que é um caso em que a regra geral não se aplica.
Exemplos:

EXEMPLO 1
Eu vos digo, porém, que qualquer que pegar o dinheiro da minha carteira
não sendo a minha esposa, será chamado de ladrão.”
Ou seja, se foi a minha esposa que pegou, ela não será chamada de ladra.

EXEMPLO 2
Eu vos digo, porém, que qualquer que entrar na Casa Branca sem autorização prévia
, não sendo alguém que trabalha lá, será chamado de invasor.”
Ou seja, se for alguém que trabalha lá, não será chamado de invasor.

Da mesma forma, quando Jesus disse
"qualquer que repudiar sua mulher, exceto por causa de relações sexuais ilícitas,
e casar com outra, comete adultério"
(Mateus 19:9), isso significa que quem repudia seu cônjuge por causa de relações
sexuais ilícitas e se casa com outra pessoa não comete adultério. 
Jesus fala sobre a regra, mas também fala sobre a exceção. A regra existe por causa
da Criação e a exceção existe por causa da queda.

A CLÁUSULA DE EXCEÇÃO AUTORIZA O DIVÓRCIO,
MAS NÃO O SEGUNDO CASAMENTO?
Alguns argumentam que a cláusula de exceção autoriza o divórcio em caso
de relações sexuais ilícitas, mas não autoriza o segundo casamento. 
Mas isso contradiz as palavras de Jesus diretamente. 

Nas palavras de Jesus, a cláusula de exceção é uma exceção à proibição contra
um segundo casamento. O argumento de Jesus sobre o adultério é dizer que contrair
um novo casamento é adultério porque o primeiro casamento ainda está de pé. 

O argumento de Jesus é que se o casamento anterior não vigora mais, então o
segundo casamento não é adultério. 

Se o argumento de Jesus é que o segundo casamento é adultério por causa do primeiro,
não faz sentido dizer que a cláusula de exceção autoriza o término do primeiro casamento,
mas não autoriza um novo casamento. 


Jesus não disse, “qualquer que repudiar sua mulher… comete adultério“,

mas que “qualquer que repudiar sua mulher… e casar com outra, comete adultério“ Portanto, a exceção (“relações sexuais ilícitas”) é em relação ao  segundo casamento. 


A exceção é a situação em que o segundo casamento é lícito. O segundo casamento

não é adúltero exatamente porque, nesse caso, a parte inocente tem o direito de pedir o

divórcio. 


Como a parte inocente tem o direito de pedir o divórcio, o casamento anterior deixa
de vigorar aos olhos de Deus e, portanto, o segundo casamento não é adultério aos olhos de Deus
Para ficar ainda mais claro, poderíamos repetir a frase de Jesus
mudando a posição da cláusula de exceção no final:
“Qualquer que repudiar sua mulher, e casar com outra, comete adultério,
exceto se for por causa de relações sexuais ilícitas.” 
Em caso de relações sexuais ilícitas, quem repudia sua mulher e casa com outra, não comete adultério.
Segue abaixo estudos em PDFs incluindo este acima completo.

1. Estudo sobre casamento-Divórcio e Novo Casamento do Missionário Evangelista Jonh Penisi .
E no mesmo PDF outro estudo complementar do Evangelista Cristão Verlan W. Manor.
Clique para abrir.





2. O estudo a seguir é uma carta produzida na época (Anos 90s aprox) pelo então presbitério da igreja em Itaquera. Na seguinte carta que foi entregue e distribuída a igreja local eles apresentam a posição que iriam tomar com base nesse assunto específico.



3. O estudo abaixo é o texto completo da parte parcial do Teólogo Frank Brito que apresentamos no início dessa análise do entendimento de que existe uma exceção a considerar.




Segundo entendimento cristão - A exceção NÃO permite novo casamento

A posição do Professor Álvaro é defendida neste livro e até então é o melhor e mais profundo estudo sobre essa questão no ponto de vista de negar que a exceção seja aplicável para novo casamento. Para adquiri-lo segue abaixo o link da editora EBNESR - basta clicar na imagem do e-book abaixo.


 Segue aqui um pequeno trecho de sua explicação sobre a exceção que aparece nos textos de Mateus.

"Jesus não aprovou o divórcio nem em caso de infidelidade conjugal. Os textos de Mateus 5.32 e 19.9, usam a frase “exceto em caso de relações sexuais ilícitas” para referir-se a casamentos ilícitos que, na verdade, não são casamentos diante de Deus e devem ser desfeitos. A infidelidade conjugal não interrompe o vínculo conjugal: se uma mulher se unir a outro será adúltera e não terá novo casamento (Rm 7.1-3). O casamento dura até a morte (1Co 7.39). Os judeus contemporâneos de Jesus, da seita dos essênios também usavam um termo parecido com “relações sexuais ilícitas” para designar apenas os “casamentos ilícitos”, como Jesus fez nos textos de Mateus, evangelho que foi escrito para cristãos judeus. Na história da igreja posterior confirma-se o fato que se um cristão fosse abandonado pelo cônjuge, devia ficar solteiro, aguardando sua possível volta e evitando cair no pecado de adultério como o parceiro (“O Pastor” de Hermas, Mandamento 4)".


A Posição do Dr. Álvaro Pestana é a mesma defendida há séculos pela igreja católica romana. Que segue a posição de eruditos antigos e pais apostólicos da igreja.


Hermas (150 d.C.) ”...E eu lhe disse: “Senhor, se um homem que tem uma esposa que confia no Senhor e a descobre em adultério, comete pecado o marido que vive com ela?” “Enquanto esteja na ignorância,” me disse, “não peca, mas se o marido sabe que ela peca, e a esposa não se arrepende, senão que continua na fornicação, e o marido vive com ela, ele se faz responsável do pecado dela e é um cúmplice em seu adultério.” E lhe disse: “Que é, pois, o que tem de fazer o marido se a esposa segue neste caso?” “Que se divorcie dela,” disse ele, “e que o marido VIVA SÓ; mas se depois de divorciar-se de sua esposa se casa com outra, ele também COMETE ADULTÉRIO...”


Justino Mártir (160 d.C.)
“Assim, para nosso Mestre, não só são pecadores os que contraem segundo casamento conforme a lei humana, senão também os que olham outra mulher para desejá-la.”

Atenágoras (175 d.C.)
“...Ou há que permanecer tal como nasceu, ou há que se casar uma só vez. O segundo casamento é adultério. Diz a Escritura: “o que deixa a sua mulher e se casa com outra, comete adultério...(Lc 16:18)”

Tertuliano (197 d.C.)
“Sendo um herege, por sua própria natureza ...contraem casamentos repetidos”. 

Orígenes (231 d.C.)
“Assim como a mulher é adúltera, ainda que ela pareça estar casada com um homem, enquanto o ex-marido ainda vive, assim também o homem que pareça casar com ela que se divorciou, não se case com ela, mas, de acordo com a declaração de nosso Salvador, ele comete adultério com ela.” (Comentários sobre Mateus 14, 24)

Orígenes (245 d.C.)
“Agora, algumas igrejas [heréticas] permitiram uma mulher casar-se enquanto seu esposo estava vivo, fazendo o contrário do que esta escrito: “Uma mulher casada está sujeita o tempo todo que seu esposo viva.” (fazendo referência a Romanos 7:3)

Posteriores:

Concílio de Elvira (aproximadamente 305 d.C.) 
“...uma mulher batizada, que abandonou seu marido adúltero, também batizado, deve ser proibida de casar com outro. E se o fizer, não pode ser admitida à comunhão enquanto viver o marido que ela deixou...”

O Concílio de Arles (aproximadamente 314 d.C.)
“...Quanto àqueles que descobriram adultério em suas esposas, e os mesmos sejam batizados, e assim proibidos de casar, está decretado que até onde o conselho possa lhes ser dado, enquanto suas esposas estiveram vivas, embora adúlteras, eles não podem se casar com outra mulher.”

Sínodo de Cartago (em 407 d.C.) na África:
“...de acordo com a disciplina evangélica e apostólica, um homem que repudiou sua esposa não deve se unir a outra pessoa, nem uma mulher que repudiou seu marido, mas devem permanecer como estão ou se reconciliarem. Se, contudo, eles desdenhosamente desconsideram isso, devem ser trazidos ao arrependimento.”

Jerônimo 
“O apóstolo tem assim cortado cada apelo e declarou claramente que, se uma mulher se casa novamente, enquanto o marido está vivo, ela é adúltera... Um marido pode ser um adúltero ou um sodomita, ele pode estar manchado com todo crime e pode ter sido deixado por sua esposa por causa de seus pecados, mas ele ainda é o marido dela e, enquanto viver, ela não pode se casar com outra.” (Cartas, 55)

Segue um PDF que resume essa posição de entendimento abaixo. Clique para abrir.







Outro estudo que também defende esta posição.




Neste ponto temos um vídeo de nosso irmão da igreja de Cristo João D'Arc.



Considerações Finais

Enfim, Acreditamos que com todo o material apresentado aqui, e com mais que o estudante cristão pesquisador venha a pesquisar, será de grande ajuda para que tenha segurança para tomar a posição que acredita ser a que está mais de acordo com o ensinamento de Cristo no Novo Testamento passado para sua igreja. 

E também ajudar a igreja a ter sua clara posição definida e saber como irá proceder diante desses casos.

Para finalizar repetimos mais uma vez as palavras do Prof. Álvaro sobre este assunto.

"Apesar de divergirmos neste assunto específico, permanece o fato de sermos irmãos, renascidos do mesmo Pai e unidos pelo mesmo Espírito ao único Senhor, Cristo Jesus.

Também é bom lembrar que o modo de lidar com pessoas já envolvidas em divórcios e novos casamentos consistirá em ensiná-los e não os julgar.

Temos que deixar com eles a responsabilidade de tomarem uma decisão diante do seu Senhor, levando em conta o ensino de Jesus.

Eles tomarão suas decisões e nós tomaremos as nossas.

Nossa função é ensinar e praticar o que Jesus ensinou.

Alguém pode objetar: “Este assunto não criará divisão?” Creio que não.

Hoje, convivo em uma congregação onde vários pontos de vista sobre este assunto convivem em paz, fomentando respeito para com o casamento e diálogo cuidadoso com os irmãos.

Assim, é possível “concordar em discordar”. Nenhuma divisão pode ser justificada com base neste estudo". (Livro: Sempre me Perguntam - Álvaro Pestana - Pág.185)


Que o Senhor te abençoe ricamente.

Alcides Marques, servo do Senhor Jesus Cristo.



Gostaria de saber como os atuais teólogos, líderes e pastores interpretam este assunto?

Embora não sejam da igreja de Cristo restaurada, seus posicionamentos e contrapontos teológicos podem ajudar ao estudo profundo deste assunto.

Se desejar analisar essas aulas e pregações recomendo o seguinte link abaixo onde reuni os maiores teólogos e suas apresentações sobre este assunto.

Casamento - Divórcio e Novo Casamento - Como os grandes teólogos e pastores interpretam essa questão.



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