quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

A Igreja na Bíblia - Restauração 2 - Lição 6

 






Nas lições precedentes, aprendemos que a Bíblia deve ser a nossa única autoridade em religião e que a igreja de Cristo nos tempos do Novo Testamento seguia a palavra de Deus como sua única autoridade.

A última lição nos apresentou um quadro da igreja como uma realidade já estabelecida e organizada. As igrejas fiéis seguiam cuidadosamente os ensinamentos de Cristo. 

Mas, infelizmente, não podemos terminar aqui a história. Mesmo antes de encerrar-se o período do Novo Testamento (33 d.C. - 100 d.C.),foi profetizado um afastamento ou desvio da verdade (apostasia).

I. PROFETIZADA A APOSTASIA DA IGREJA

          Em seu ministério pessoal, Jesus previu a apostasia: “Levantar-se-ão muitos falsos profetas e enganarão a muitos” (Mateus 24:11).
O Espírito Santo fez Paulo profetizar o desvio: “Eu sei que, depois de minha partida, entre vós penetrarão lobos vorazes que não pouparão o rebanho. E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens falando coisas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles” (Atos 20:29-30).
Paulo também disse: “Ninguém de nenhum modo vos engane, porque isto não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia, e seja revelado o homem da iniquidade, o filho da perdição” (2 Tessalonicenses 2:3), e acrescentou: “Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé” (1 Timóteo 4:1).
Outras Escrituras contêm afirmações semelhantes sobre o afastamento ou desvio. As poucas passagens citadas acima permitirão ao leitor verificar que a igreja iria entrar em luta aberta com os falsos mestres.
           Ao fechar-se a cortina no fim do primeiro século, as forças do mal já se achavam operando para fazer surgir falsos mestres e uma igreja apóstata (2 Tessalonicenses 2:7 e 2 João 7). A fim de dar ao leitor uma ideia do que aconteceu quando os homens se desviaram da verdade, apresentamos a seguir alguns elementos da apostasia.

II. CUMPRIDAS AS PROFECIAS SOBRE A IGREJA APÓSTATA

          Uma das primeiras inovações introduzidas na igreja foi a modificação gradual da sua organização. Lembre-se de que as igrejas no livro de Atos tinham cada uma vários presbíteros e todos eles ocupavam posições iguais (Atos 14:23). Estes presbíteros eram chamados também de bispos (Tito 1:5-7) e só exerciam autoridade sobre a igreja onde prestavam serviço. Cristo era o único bispo-chefe ou supremo pastor sobre todas as igrejas (1 Pedro 5:4).
           No segundo e terceiro séculos foi-se desenvolvendo a ideia de um cargo isolado e superior para o presbítero em cada congregação. Foi dado o nome de “bispo” ao ocupante desse cargo mais elevado, num sentido diferente daquele usado em Tito 1:5-7 para indicar todos os presbíteros. Depois desta inovação, a organização da igreja passou a apresentar-se conforme ilustrado no diagrama seguinte. Enquanto no começo vários bispos dirigiam cada igreja local; agora só havia UM BISPO em cada congregação.
      Outra adaptação foi feita mais tarde na organização da igreja e o bispo passou a chefiar diversas igrejascompreendidas numa determinada zona. Por exemplo, o bispo da igreja de Antioquia não representava apenas a autoridade superior dentro daquela igreja, mas também exercia autoridade sobre outras situadas nas vizinhanças de Antioquia.

O PODER DOS BISPOS

          O poder dos bispos, entretanto, ainda continuava equivalente. Isto é, o poder do bispo de Roma, por exemplo, não era maior do que o de Antioquia. Mas, algum tempo depois eles começaram a ter posições que variavam de acordo com a importância das áreas sobre as quais exerciam autoridade.
          Os bispos da cidade ou metropolitanos prestavam serviço nas capitais de certas províncias. Os bispos das igrejas em Alexandria, Jerusalém, Roma, Antioquia e Constantinopla tornaram-se mais poderosos e se transformaram em patriarcas da mesma categoria. 

Em uma carta a Eulógio, bispo de Alexandria, Gregório I, bispo de Roma, afirmou que a Sé de Pedro “em três lugares é a Sé de um”, frisando que estes três locais onde existia a Sé de Pedro eram Alexandria, Antioquia e Roma. Acrescentando ainda: “Desde então é a Sé de um, e uma Sé sobre qual três bispos atualmente presidem por autoridade divina”. 

Fica evidente que Gregório, mais tarde declarado Papa e Santo pela Igreja Católica, não considerava o patriarca de Roma como sendo mais poderoso que os outros patriarcas.

Surgiu entretanto, uma grande rivalidade entre os bispos de Roma e Constantinopla, e quando o patriarca de Constantinopla, João “o jejuador”, começou a chamar-se de 'bispo universal”, Gregório I, o patriarca de Roma, acusou-o de usar um título profano, arrogante e perverso. Bonifácio III, o sucessor de Gregório, não levantou aparentemente as mesmas objeções e conta-se que assumiu publicamente esse título em 606 d.C.

Nos séculos que se seguiram, a autoridade papal foi aumentando até que nos tempos modernos (1870 d.C.) o papa veio a ser considerado infalível pelo Concílio Vaticano.
           A organização da igreja do primeiro século não incluía este cargo. A hierarquia e o papado do catolicismo romano são portanto, o resultado de séculos de afastamentos graduais do plano de organização da igreja descrito no Novo Testamento.

Vamos agora voltar a nossa atenção para algumas modificações na doutrina da igreja. Na realidade, a apostasia já se iniciara antes do término da Era do Novo Testamento (2 Tessalonicenses 2:7).




O SACERDÓCIO
           Segundo o Novo Testamento, todos os cristãos são sacerdotes (1 Pedro 2:5,9 e Apocalipse 1:6). Um estudo cuidadoso do livro de 1 Pedro mostrará que o apóstolo escreveu a todos os cristãos (esposas, servos, bispos), reconhecendo todas estas pessoas como sacerdotes. Elas constituiam um “sacerdócio real”.

        Os chefes ou oficiais da igreja passaram mais tarde a fazer-se chamar de sacerdotes especiais. Formaram-se então duas classes: o clero (os sacerdotes) e os leigos (os outros membros), acentuando-se progressivamente o afastamento da organização original, bíblica.

MARIA, A MÃE DE JESUS
           A posição de Maria é exclusiva porque foi por seu intermédio que o Filho de Deus, Jesus, entrou no mundo e recebeu sua condição humana. 

          A posição de Maria como mãe de Jesus deu lugar a muitas discussões nos séculos que se seguiram. Existem hoje inúmeras doutrinas que se desenvolveram em torno dela, como por exemplo as da Imaculada Conceição, virgindade Perpétua e Ascenção Corpórea aos Céus.

Estamos dando abaixo todas as referências a Maria contidas no Novo Testamento. Estes versículos revelam que as doutrinas exaltando Maria não têm base nas Escrituras. Por exemplo, a Bíblia dá o nome dos irmãos de Jesus e também menciona suas irmãs, ficando assim subtendido que Maria não permaneceu virgem perpétua. E isso de forma nenhuma significava uma ofensa a sua santidade, antes Maria foi uma santa mulher de Deus até a sua morte.
Pedimos estudar as seguintes passagens; todos as citações no Novo Testamento sobre Maria, a bem-aventurada e mãe de jesus: - os capítulos estão sublinhados e sempre após dois pontos, os que vem após são os versículos:
Mateus 1:16, 18-25; 2:11, 13-14, 20-21; 12:46-50; 13:55-56;
Marcos 3:31-35; 6:3;
Lucas 1:27-56; 2:5-7,16,19,22,27,33,39,41-51; 8:19-21; 11:27-28;
João 2:1-10,12; 6:42; 19:25-27
Atos 1:14

          Essas escrituras que acabamos de citar fazem qualquer referência à imaculada conceição de Maria, à sua virgindade perpétua, ou à sua ascensão corpórea ao Céu? 
O silêncio da Bíblia no que diz respeito a essas doutrinas mostra que elas não vieram de Deus. De fato, a exaltação de Maria acima dos outros cristãos foi expressamente negada por Jesus. Quando uma certa mulher disse a Ele:
Bem-aventurada aquela que te concebeu e os seios que te amamentaram!
A resposta inspirada de Jesus foi:
Antes bem-aventurados são os que ouvem a palavra de Deus e a guardam” (Lucas 11:27-28).
Pelas declarações de Jesus, aprendemos então, sem qualquer sombra de dúvida, que Maria é tão abençoada e bem-aventurada quanto o mais humilde dos cristãos obedientes e também profetas da era bíblica.
Visto que as doutrinas sobre Maria não vieram de Deus, é evidente que têm origem humana e portanto são condenadas por Jesus (Mateus 15:9).

O CASAMENTO

           O casamento era opcional no Novo Testamento. Paulo declarou que por causa da perseguição seria melhor que alguns cristãos permanecessem solteiros (1 Coríntios 7), acrescentando porém que toda pessoa, inclusive os apóstolos, tinham o direito de casar-se (1 Coríntios 7:2; 9:5). Paulo considerava tanto o casamento que o comparou à relação que existe entre Cristo e a igreja (Efésios 5:22-25). Em Hebreus 13:4 lemos: “Digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula...”

O CELIBATO

           O celibato (o estado civil de solteiro) foi recomendado depois do primeiro século, mas continuava ainda opcional. Com o passardo tempo uma pressão cada vez maior foi exercida para forçar o clero a uma vida celibatária. O casamento dos sacerdotes foi finalmente proibido, afirmando-se ser esta uma ordem revestida de autoridade eclesiástica universal, pelo menos no ocidente. De fato, enquanto Paulo dissera em 1 Timóteo 3:2 que o bispo deve ser marido de uma só esposa, a igreja já desviada chegou ao ponto de afirmar que ele não pode ter esposa alguma. Dessa forma, a profecia de Paulo em 1 Timóteo 4:1-3 cumpriu-se:
Ora, o Espírito afirma expressamente que nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé... proíbem o casamento...”
Por volta do ano 606 d.C., a igreja desviada se afastara por completo da doutrina original, deixando de ser a igreja de Cristo.

III. ESFORÇOS PARA REFORMAR A IGREJA DESVIADA

             A história mostra que diferentes grupos tentaram reformar a igreja apóstata através dos anos. Em 1.500 d.C. aproximadamente, o mundo estava exigindo uma reforma religiosa. Homens como Martinho Lutero, João Knox, UlrichZwinglio e João Calvino, quase simultaneamente em várias partes da Europa, se projetaram no cenário do pensamento religioso, tentando reformar a igreja desviada, apóstata.


            Depois da morte destes grandes reformadores, seus seguidores deixaram de continuar procurando a verdade da palavra de Deus, tendo aceito como definitivas as conclusões de seus mestres. Assim sendo, em lugar de alcançarem a unidade da igreja do Novo Testamento, eles acabaram fundando igrejas diferentes entre si. A lista abaixo á as datas aproximadas em que tiveram início algumas das igrejas mais conhecidas. (Essa lista é apenas um pequeno resumo)

Ano 33 d.C. - A IGREJA -
( Entre 110 d.C. e 606 d.C. a igreja sofre um afastamento gradual da doutrina)

- 606 d.C. - Igreja Católica Romana (com a oficialização do Papa)

- Por volta de 1.500 d.C.(a Reforma e o desenvolvimento das denominações)
- 1530 – Luterana
- 1536 – Presbiteriana
- 1536 – Anglicana
- 1550 – Batista
- 1738 – Metodista
- 1830 – Mórmom
- 1844 – Adventista do 7º Dia
- 1884 – Testemunhas de Jeová
- 1885 – Movimento Pentecostal

            Os seguidores de Lutero se tornaram luteranos; os de Calvino, presbiterianos; em 1738, os discípulos de João Wesley se fizeram chamar de metodistas, formando a igreja Metodista. A igreja Batista começou cerca do ano 1550... E assim em sido a história da cristandade a partir do século I. Todos os anos aparecem mais e mais igrejas, provocando ainda maior confusão para os que desejam sinceramente saber qual a igreja realmente certa.


IV. PODEMOS RESTAURAR A IGREJA DO NOVO TESTAMENTO

         Seria ótimo se houvesse apenas uma igreja, e se esta seguisse a Bíblia como seu único guia religioso.
Possuídos desta nobre ideia, homens de todas as partes do mundo estão abandonando as doutrinas humanas e examinando a Bíblia a fim de aprender qual a vontade de Deus.
Estes homens abandonaram a ideia de reformar a religião corrupta e dedicam-se agora à restauração da igreja original exatamente como foi edificada por Jesus. (2 Coríntios 6:17 e 2 João 10-11).


        Mas, como será isso possível?

          Em Lucas 8:4-15, Jesus conta a parábola do semeador que semeava sementes em vários tipos de solo. Uns eram produtivos e outros improdutivos. Jesus explicou a parábola dizendo: “A semente é a palavra de Deus”. Isto mesmo, A palavra de Deus é a semente (1 Pedro 1:23). Quando plantada num coração perverso, o resultado é pouco ou nenhum, mas quando plantada num coração bom e sincero, a colheita é farta.


         Observe algumas das características da semente. A semente de maçã sempre produz maçãs. A de melancia dá melancias. Os seres vivos reproduzem-se segundo suas próprias espécies. A semente de um ser humano faz surgir outro ser humano. Não há exceções. Trata-se de uma lei da natureza.
          Outra qualidade da semente é continuar reproduzindo-se de acordo com a sua própria espécie por mais que o tempo passe. Alguém contou que sementes de trigo retiradas de uma pirâmide egípcia de milhares de anos de idade foram plantadas na terra. Naturalmente, essas sementes produziram na idade moderna a mesma planta que tinham produzido há muito tempo: o trigo.
         No primeiro século, a palavra de Deus produziu cristãos (Atos 11:26). A palavra de Deus é uma semente viva (1 Pedro 1:23-26) e visto que ela produziu cristãos no primeiro século, a mesma semente produzirá o mesmo fruto no século XX. A palavra de Deus jamais produziu com um nome dado pelo homem. 


         Os cristãos reunidos em congregação eram chamados “igrejas de Cristo” (Romanos 16:16). A palavra de Deus produziu então um corpo não-sectário, uma igreja sem seitas diferentes. 

A aceitação de qualquer outra autoridade além da Bíblia (manuais religiosos, credos, concílios, profetas modernos, etc) produz igrejas e nomes sectários. Ao obedecermos a mesma Palavra seguida pela igreja do primeiro século, as pessoas religiosas de hoje podem conseguir a mesma unidade que existia naquela igreja: a mesma doutrina, o mesmo amor, o mesmo nome, as mesmas exigências para ingresso, a mesma organização e o mesmo tipo de culto.

CONCLUSÃO

         Do nosso ponto privilegiado na história, podemos ver de relance todo o passado e também o presente, verificando que as previsões de uma apostasia eram verdadeiras e foram confirmadas.

         O movimento da Reforma, embora tenha contribuído para a volta à Bíblia, não conseguiu restaurar a simplicidade e a unidade da igreja do Novo Testamento.

Na verdade, algumas das igrejas que surgiram no Movimento da Reforma estão atualmente seguindo um curso que, ao que tudo indica, as levará de volta à igreja apóstata que tentaram reformar.

         Devemos alegrar-nos, porque podemos escolher uma igreja que não é nem a reformada nem a desviada (apóstata).
Podemos ser cristãos e cristãos somente, membros da igreja de Cristo. A igreja pode ser restaurada exatamente como Cristo a edificou, participando de um cristianismo sem seitas ou denominações religiosas. 

Podemos ser membros de uma igreja que não é nem católica, nem protestante, nem judia. Não é uma denominação, não usando o nome de homem ou credo algum. Seu único livro de princípios e de orientação é a Bíblia. As exigências de ingresso são aquelas que Deus estabeleceu no Novo Testamento.


           O objetivo de todo seguidor fiel de Jesus Cristo deve ser a restauração da igreja edificada por Jesus. Homens e mulheres de bom coração estão diariamente abandonando denominações religiosas para se dedicarem à restauração da igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Estudiosos da Bíblia em todo o mundo, estão restaurando a igreja do Senhor à medida que vão aprendendo e obedecendo a mensagem de Deus revelada no Novo Testamento. 
           Há muitas pessoas em várias partes do mundo que, sem a ajuda de um pregador, já começaram o movimento de restauração nas cidades em que moram. Você também pode participar do movimento de volta à Bíblia, se aceitar a partir de hoje a mesma como seu único guia em assuntos religiosos. 

Nas questões em que os ensinamentos de sua igreja forem diferentes da Bíblia, deixe de lado as doutrinas humanas e se apegue à palavra de Deus. Lembre-se que Pedro e João disseram: “Antes importa obedecer a Deus do que aos homens” (Atos 5:29).

          Esse tipo de obediência é extremamente importante porque Jesus voltará de novo para recompensar os bons e os justos e castigar os perversos. 




Aula 1


Aula 2




Vamos ao Exercício!





LIÇÃO EM PDF





Slides dessa aula! Clique abaixo.





CONCLUIU ESTA AULA!  MUITO BOM!

VAMOS AGORA INICIAR O MÓDULO 3 - DEIXE A BÍBLIA FALAR SOBRE JESUS CRISTO E SEU EVANGELHO



sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

Presbíteros, Pastores e Bispos - Organização da Igreja loca








Uma mudança na organização de igrejas locais

No Novo Testamento aprendemos que congregações do povo de Deus eram lideradas por homens conhecidos como presbíteros. 

Ao escrever próximo ao fim de sua vida, o apóstolo Paulo instruiu a Timóteo e Tito a respeito das qualificações de tais homens, mas Lucas registra que a igreja em Jerusalém já tinha presbíteros em Atos 11:30 (i.e. até mesmo antes da primeira viagem missionária de Paulo). 

No contexto da primeira viagem missionária de Paulo, presbíteros foram escolhidos nas novas congregações em Pisídia (Antioquia), Icônio, Listra e Derbe (Atos 14:23).

Lemos novamente sobre presbíteros na igreja em Jerusalém em passagens como Atos 15 e 21. 

A igreja em Éfeso tinha presbíteros que encontraram com Paulo na volta de sua terceira viagem missionária (Atos 20:17). 

Resumindo, a organização da congregação local com a pluralidade de presbíteros como “supervisores” não era apenas para Jerusalém nem se limitava aos dias primitivos da igreja (veja Filipenses 1:1).

No entanto, até a época do Concílio de Nicéia (325 d.C.) se tornou comum para cada congregação ter um bispo que era superior em autoridade ao grupo de presbíteros. 

A organização das igrejas locais e da igreja universal mudaria mais ainda com o tempo, mas como esta mudança básica aconteceu?

Houve vários passos pequenos e aparentemente inocentes que levaram a esta mudança na organização da igreja local. 

Aparentemente, em muitas das congregações primitivas era comum para os presbíteros da congregação escolherem um dentre eles para presidir sobre suas reuniões. 

Este presbítero, às vezes, era chamado de “presidente” nas escritas de cristãos primitivos e também presidiam sobre o culto da congregação (por exemplo, Justino o Mártir [c. 150 d.C.], Apologia). 

Também parece que, com o tempo, o termo “bispo” com sua ênfase etimológica em “supervisão”, começou a ser aplicado mais exclusivamente a este “presidente”. 

Também é fácil entender como um presbítero, devido às suas qualidades de liderança ou à sua personalidade dominante, poderia ficar com este papel numa base mais permanente.

Em aproximadamente 150 d.C., Inácio de Antioquia escreveu uma série de cartas às igrejas enquanto estava sendo transportado a Roma onde subsequentemente seria martirizado. 

Nestas cartas ele encorajou os “presbíteros de uma congregação local a se submeterem ‘ao bispo’”. É possível que Inácio estava descrevendo a organização que ele preferia em vez da que era comum nas igreja locais nos seus dias, mas as igrejas caminhavam naquela direção. 

Inácio aparentemente achou que os falsos ensinamentos poderiam ser enfrentados com mais eficácia com tal organização.

No Novo Testamento, as palavras “bispo” e “presbítero” foram aplicadas aos mesmos homens sem distinção nos seus papéis (veja Atos 20:17, 28; Tito 1:5,7; 1 Pedro 5:1-2). 

Aos poucos, os homens se afastaram desta verdade, talvez com uma motivação louvável (de resistir ao erro eficazmente) e para propósitos apropriados, mas ninguém pode servir a Deus e ter êxito se alterar o padrão divino para a igreja local!

–por Allen Dvorak


O que são presbíteros?

Quando o apóstolo Paulo convocou os presbíteros da igreja de Éfeso para que se reunissem em Mileto, nas instruções que lhes passou, ele se referiu a eles como supervisores (bispos) e lhes deu a incumbência de alimentar (cuidar, apascentar) a igreja (Atos 20:28). 

Com esses termos aprendemos muito sobre os presbíteros e sobre a natureza de sua tarefa. 

São “anciãos” porque não são novatos, mas sim mais velhos na fé e já tiveram tempo para desenvolver a sua maturidade espiritual (1 Timóteo 3:6). 

Como supervisores, eles “governam” a igreja local como um homem “governa” a sua própria família (1 Timóteo 5:17; 3:5,12). Isso inclui, claro, a tomada de decisões dentro do âmbito daquilo que é autorizado por Deus, embora eles devam tomar o cuidado de não “dominar” os irmãos (1 Pedro 5:3). 

Como pastores, estão para a congregação como um pastor de ovelhas para o rebanho. Por isso, eles alimentam com a palavra de Deus, ajudando o rebanho a crescer espiritualmente e ficando alertas contra quaisquer perigos de erro ou pecado, que seria uma ameaça para o bem-estar espiritual do rebanho. 

Não somente se fará necessária uma dieta espiritual bem equilibrada, mas eles também precisarão advertir ou admoestar os insubmissos, consolar os desanimados, amparar os fracos e ser longânimo para com todos (1 Tessalonicenses 5:14). 

Muitos cristãos novos não conhecem os perigos que enfrentam, desconhecendo também a plenitude de suas necessidades espirituais. Cristo providenciou para que esses presbíteros velam por vossa alma” (Hebreus 13:17). 

Todos os que se tornam cristãos devem fazer questão de que “acateis com apreço os que trabalham entre vós e os que vos presidem no Senhor e vos admoestam; e que os tenhais com amor em máxima consideração, por causa do trabalho que realizam” (1 Tessalonicenses 5:12-13). 

Os presbíteros qualificados servirão de exemplo para o rebanho quanto ao caráter, à atitude e ao decoro (1 Pedro 5:3). 

Quando vemos o ensino de Cristo exemplificado na prática, fica mais fácil segui-lo. Essa é uma das maneiras dos cristãos seguirem a orientação dos presbíteros. 

Além disso, quando a experiência deles com a palavra os leva a um discernimento mais claro de como aplicar devidamente a palavra de Deus à nossa vida individual ou ao funcionamento coletivo da igreja, devemos ser receptivos para com os seus esforços de nos conduzir através do ensino. 

Isso não significa simplesmente nos entregarmos à fé deles, mas deixar que eles nos orientem no desenvolvimento de nossa própria fé, pela qual ficamos de pé ou caímos diante do Senhor. 

Não só os irmãos devem procurar conhecer os seus presbíteros, estimá-los devidamente e seguir o seu exemplo e ensinamento à medida que eles seguem Cristo, mas são ordenados que: Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossa alma” (Hebreus 13:17). 

Quando eles tomam as decisões que estão em harmonia com a vontade de Deus, os irmãos devem unir-se e com um só propósito trabalhar em harmonia em relação à liderança do presbítero. 

Quando reconhecemos o caráter, a maturidade e a experiência deles e reconhecemos também que eles se esforçam para evitar um governo arbitrário (governando antes para o bem da obra do Senhor), podemo-nos entregar mais facilmente à opinião deles, ainda que as nossas próprias opiniões divirjam das deles. 

Devemos cultivar um espírito de submissão para que fique mais fácil nos entregar e obedecer. Se entendermos a oração que Cristo fez pedindo a unidade do corpo, também veremos a necessidade de nos submeter (João 17:17). 

Se acontecer de alguma vez o presbítero conduzir a igreja erroneamente a um ato contrário ao que Cristo autorizou, a obrigação do cristão é bem clara: “Antes, importa obedecer a Deus do que aos homens” (Atos 5:29). 

O plano de Deus é que haja vários presbíteros em cada igreja local (Atos 14:23; Filipenses 1:1). Os homens designados como presbíteros devem estar de acordo com a descrição que Deus fornece nas Escrituras (1 Timóteo 3:1-7; Tito 1:5-9). 

Os presbíteros cuidam do rebanho de Deus, no meio que estão, exercendo a supervisão dele (1 Pedro 5:1-2). Deve-se ressaltar que os presbíteros não cuidam de rebanhos (plural) de Deus, mas do rebanho (singular) de Deus, no meio que estão. 

A supervisão deles se limita a uma igreja local em que foram nomeados. Embora é comum a ideia de que um bispo esteja a frente de uma diocese composta de várias igrejas, a palavra diocese nem se encontra nas Escrituras e a supervisão dos bispos e presbíteros é sobre a igreja local em que são ordenados. 

Devemos nos ater à organização que Deus estabeleceu para a sua igreja e não fazer dos presbíteros algo que o Senhor jamais quis. 

–por H. Dave Bradford


Presbíteros: Protetores da Congregação

A esperança de vida eterna do cristão é certa! No começo de sua carta ao seu filho espiritual Tito, Paulo afirmou que ele labutava na esperança de vida eterna (1:2). 

Ele estava contando com a promessa de Deus feita antes do mundo começar. Essa promessa é certa porque é incompatível com a natureza justa de Deus mentir.

Paulo identificou tanto sua posição como seu ministério. Ele era um apóstolo, mas demonstrou sua humildade, descrevendo-se como um servo (1:1). 

Estava confiada a Paulo a pregação da mensagem divina que espalharia a fé e o conhecimento de Deus (1:1-3).

Paulo tinha deixado Tito na ilha de Creta com instruções para que pusesse em ordem certas coisas naquelas igrejas. Explicitamente, Tito tinha que completar a indicação de presbíteros nessas igrejas (1:5). 

Paulo relacionou as qualificações de presbíteros para que Tito pudesse ajudar os cristãos dessas congregações a escolher homens capazes de fazerem este trabalho. 

Os presbíteros também eram chamados “bispos” e lhes era designado o trabalho de pastorear o rebanho de Deus (compare com 1:5-7 e Atos 20:17,28). Podemos concluir que um presbítero é um pastor!

As qualificações relacionadas (1:6-9) indicam claramente que um presbítero precisa ser homem casado e com filhos cristãos. 

Precisa ser instruído na palavra de Deus e maduro espiritualmente, tendo aplicado essa instrução em sua própria vida. Precisa ser capaz de usar seu entendimento da palavra de Deus tanto para exortar como para corrigir outros (1:9).

Mestres competentes tais como presbíteros eram necessários para reprovar muitos falsos mestres que, em seu desejo de ganho financeiro, estavam desencaminhando famílias inteiras (1:10-11). 

Paulo citou um dos escritores cretenses, observando que sua descrição desprimorosa dos cretenses era perfeita (1:12-13)! Paulo mandou que Tito reprovasse rispidamente aqueles cretenses que estavam ensinando fábulas judaicas e mandamentos dos homens (1:13-14). 

E ainda descreveu esses homens, observando como que eles achavam o mal em tudo porque suas mentes e consciências estavam contaminadas (1:15). 

Ainda que declarassem estar em comunhão com Deus, eles O negavam pelas suas obras e, como resultado, eram abomináveis, desobedientes e desqualificados para qualquer boa obra (1:16).


Qual a diferença entre pastor, bispo e presbítero? 

No Novo Testamento, as palavras pastor, bispo e presbítero descrevem os mesmos homens (Atos 20:17,28; 1 Pedro 5:1-3; Tito 1:5-7). Eles servem em congregações locais, cuidando do rebanho de Deus.

As várias palavras identificam os mesmos servos, mas cada palavra tem seu próprio significado. Essas variações de sentido ajudam para mostrar aspectos diferentes do trabalho dos homens que cuidam de uma congregação.

Pastor é uma palavra comum na Bíblia. Frequentemente se refere aos pastores de ovelhas, pessoas responsáveis pelos rebanhos. 

Tais homens protegiam, guiavam e alimentavam as ovelhas. O Espírito Santo usou esta palavra várias vezes no Antigo Testamento num sentido figurativo, descrevendo guias espirituais. 

Deus é chamado de Pastor desde a época dos patriarcas (veja Gênesis 49:24-25). Salmo 23 descreve o Senhor como pastor do seu servo fiel. O autor, um pastor de ovelhas na sua juventude, descreve o carinho e a proteção de Deus para com seus seguidores. 

Moisés descreveu o homem escolhido para guiar o povo como pastor (Números 27:17). Infelizmente, nem todos os pastores são bons. Deus condenou fortemente os pastores egoístas que devoravam o rebanho de Israel (Ezequiel 34:1-10). 

No Novo Testamento, homens qualificados devem pastorear o rebanho, a congregação do Senhor (1 Timóteo 3:1-7; Atos 20:28-35; 1 Pedro 5:1-3).

Bispo vem da palavra grega episkopos, que quer dizer supervisor ou superintendente. Em 1 Pedro 2:25, se refere ao Senhor. 

Várias outras passagens usam essa palavra para descrever a responsabilidade de homens escolhidos para guiar os discípulos de Cristo no seu trabalho na igreja (veja Atos 20:28; Filipenses 1:1; 1 Timóteo 3:2; Tito 1:7).

Presbítero (ancião em algumas versões da Bíblia) descreve alguém de idade mais avançada. A palavra é usada na Bíblia para identificar alguns dos líderes entre os judeus. 

No livro de Atos e nas epístolas, os homens que pastoreavam e supervisionavam as igrejas locais foram frequentemente chamados de presbíteros (veja Atos 11:30; 14:23; 15:2,4,6,22,23; 16:4; 20:17; 21:18; 1 Timóteo 5:17,19; Tito 1:5; Tiago 5:14; 1 Pedro 5:1; 2 João 1; 3 João 1). 

São homens de idade suficiente que tenham filhos crentes. Necessariamente são alguns dos mais maduros dos cristãos na congregação. Usam seu conhecimento e experiência para servir como modelos e ensinar o povo de Deus.

Pastores, bispos e presbíteros não são três ofícios diferentes, e sim três palavras que descrevem aspectos diferentes dos mesmos homens. Igrejas que procuram manter distinções entre pastores, bispos e presbíteros não somente fogem do padrão bíblico como também perdem a riqueza das palavras que o Espírito Santo usou para descrever os guias do povo de Deus.

-por Dennis Allan


Um solteiro pode ser pastor? 

Algumas igrejas permitem e outras exigem que seus pastores sejam solteiros. O que Deus revelou sobre esta questão?

Jesus Cristo, o Supremo Pastor (1 Pedro 5:4) concedeu servos conhecidos como pastores e mestres para ajudar os santos (Efésios 4:11). 

Os homens que pastoreiam são chamados, também, de presbíteros (anciãos em algumas traduções) e bispos (1 Pedro 5:1-2; Atos 20:17,28).

O Espírito Santo foi específico e detalhado nas qualificações destes servos. Encontramos listas de características deles em 1 Timóteo 3:1-7 e Tito 1:5-9. 

Para as pessoas que realmente querem agradar ao Senhor, estes trechos resolvem a questão de pastores solteiros. Paulo disse a Timóteo: “É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher” (1 Timóteo 3:2). 

Na sua carta a Tito, começou a lista de qualificações dos presbíteros com as mesmas palavras: “alguém que seja irrepreensível, marido de uma só mulher, que tenha filhos crentes” (Tito 1:6).

Pastores, então, devem ser casados e pais de filhos crentes.

Para defender a prática comum de escolher pastores sem estas qualidades, os homens recorrem a vários argumentos. Vamos considerar algumas questões:

Paulo não foi casado. Paulo foi fiel no seu trabalho de apóstolo e ministro (servo) de Cristo (Atos 26:16; Colossenses 1:1,23), mas, nas Escrituras, ele nunca é chamado de bispo, presbítero ou pastor. 

Os outros apóstolos eram casados (1 Coríntios 9:5). Por isso, não nos surpreende descobrir que alguns deles serviam, também como presbíteros (1 Pedro 5:1; 2 João 1; 3 João 1).

Timóteo e Tito não foram casados. Não há referência a estes evangelistas como casados, mas também não há nenhuma passagem que os chama de pastores! 

O costume de chamar as cartas a estes evangelistas de “epístolas pastorais” cria uma certa confusão, porque foge da linguagem bíblica. 

Na Bíblia, nem o autor nem os destinatários dessas cartas são chamados de pastores!

Antes eles são chamados para cumprirem bem o papel de evangelistas.(2 Tm 4:5)

Tu, porém, sê sóbrio em todas as coisas, suporta as aflições, faze o trabalho de um evangelista, cumpre cabalmente o teu ministério. 2 Timóteo 4:5

Paulo disse que solteiros podem servir melhor (1 Coríntios 7:1-7). 

O conselho de Paulo foi dado em relação a “todos os homens” (7:7) especificamente por causa de uma “angustiosa situação presente” (7:26). 

Não deve ser interpretado de uma maneira que contradiga outras passagens que incentivam o casamento (1 Timóteo 5:14) e que especificamente exigem que presbíteros sejam casados (1 Timóteo 3:2; Tito 1:6).

Pastores solteiros? Não na igreja do Senhor! 

– por Dennis Allan


Quais são as qualificações bíblicas de um pastor? 

A Bíblia usa três palavras (em grego) para descrever os homens que cuidam  do rebanho de Deus. 

Presbíteros (algumas vezes traduzida como   anciãos) são homens de maturidade espiritual e experiência. 

Eles também são chamados bispos, mostrando que têm responsabilidade por supervisionar uma congregação. 

O termo pastor também descreve seu trabalho de alimentar, proteger e cuidar do rebanho de Deus. No tempo da igreja primitiva, estas não eram três posições distintas, mas três palavras usadas para descrever os mesmos homens (veja Atos 20:17,28). 

O modelo bíblico é que cada igreja local tenha uma pluralidade de homens servindo deste modo para cuidar e guiar as ovelhas (Atos 14:23; Filipenses 1:1; Tito 1:5).

Leiamos as qualificações que o Espírito Santo revelou:

"É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher, temperante, sóbrio, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar;  não dado ao vinho, não violento, porém cordato, inimigo de contendas, não avarento;  e que governe bem a própria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo o respeito (pois se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?);  não seja neófito, para não suceder que se ensoberbeça e incorra na condenação do diabo. Pelo contrário, é necessário que ele tenha bom testemunho dos de fora, a fim de não cair no opróbrio e no laço do diabo" (1 Timóteo 3:1-7).

"...Alguém que seja irrepreensível, marido de uma só mulher, que tenha filhos crentes que não são acusados de dissolução, nem são insubordinados. Porque é indispensável que o bispo seja irrepreensível como despenseiro de Deus, não arrogante, não irascível, não dado ao vinho, nem violento, nem cobiçoso de torpe ganância; antes, hospitaleiro, amigo do bem, sóbrio, justo, piedoso, que tenha domínio de si, apegado à palavra fiel, que é segundo a doutrina, de modo que tenha poder tanto para exortar pelo reto ensino como para convencer os que o contradizem" (Tito 1:5-9).

Esses textos usam palavras fortes ("necessário" e "indispensável") para mostrar que um homem tem que possuir todas estas qualidades para servir como pastor. Não temos direito de escolher ou aceitar homens não qualificados como pastores.

-por Dennis Allan


Até que ponto vai a supervisão dos pastores?

No Novo Testamento, homens com qualificações especiais reveladas pelo Senhor (veja 1 Timóteo 3:1-7; Tito 1:5-9) foram selecionados para supervisionar e cuidar dos seus irmãos. 

Estes homens foram chamados presbíteros ou bispos, e sua função era pastorear o rebanho de Deus (Atos 20:17,28; 1 Pedro 5:1-3). Pelo seu exemplo e ensinamento, eles eram encarregados da responsabilidade de guiar o rebanho no serviço do Senhor (Hebreus 13:7,17).

Tais homens eram selecionados nas igrejas locais (Atos 14:23; Filipenses 1:1). Observe que nunca lemos no Novo Testamento sobre um só homem pastoreando uma igreja; havia sempre mais de um (Atos 20:17; Filipenses 1:1). 

O propósito de Deus não era dar alguma posição de poder a algum homem, mas colocar bons homens na posição de olhar por seus irmãos.

Esses homens tinham que supervisionar o rebanho onde estavam (1 Pedro 5:2). Não há a mais leve sugestão de bispos nas igrejas primitivas tentando supervisionar ou comandar o trabalho de outras igrejas. 

Tais termos como igrejas matrizes, igrejas filiais, igrejas patrocinadoras e igrejas de missões são invenções humanas sem qualquer base bíblica. 

Quando pastores de uma igreja procuram supervisionar seus irmãos de outras congregações, eles estão indo além das instruções do Senhor. Ninguém, especialmente aqueles que guiam o povo de Deus, deve exceder o que Deus determinou (1 Coríntios 4:6; Colossenses 3:17).

Isto não significa que um bispo de uma igreja local não possa ensinar irmãos em outros lugares. Pedro serviu como presbítero no tempo em que ele escreveu sua primeira carta (1 Pedro 5:1). 

Presbíteros, como qualquer outro cristão, podem ensinar qualquer um, em qualquer lugar, a qualquer tempo. Mas os bispos não têm direito de pastorear mais do que o rebanho local no qual servem.

Hoje em dia, os sistemas de organização em muitas denominações são invenções humanas não autorizadas por Deus. 

Deus não ordenou hierarquias poderosas, direção centralizada ou bispos regionais. Ele autorizou grupos de homens qualificados a pastorear as congregações locais. Que possamos ter confiança no Senhor e seguir seu plano.

-por Dennis Allan

O Papel das Mulheres no Plano de Deus

 

Uma máquina de lavar roupas é uma invenção bem útil, mas faz um péssimo serviço lavando pratos ou cozinhando o almoço. 

Isto porque a máquina de lavar nunca foi projetada para lavar pratos ou para preparar uma refeição. Foi projetada para lavar roupas, e nesse papel ela é de muito auxílio. 

Todos reconhecem a necessidade de usar as máquinas da maneira que seus inventores pretendiam. 

Deus criou a humanidade, e funcionamos melhor quando cumprimos os propósitos para os quais ele nos criou. 

Deus criou o homem e a mulher separadamente e planejou papéis especiais para cada um. Assim como uma máquina de lavar não cozinha bem, assim não podemos nos sair bem quando tentamos cumprir um papel para o qual Deus não nos projetou. 

Mas assim como uma lavadora é muito útil para o seu propósito especial, assim tanto os homens como as mulheres podem servir e glorificar a Deus em seus campos de ação dados por Deus.

Limitações

No lar"As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor.... Como, porém, a Igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo submissas ao seu marido" (Efésios 5:22,24). "Esposas, sede submissas ao próprio marido, como convém no Senhor" (Colossenses 3:18). 

As mulheres mais velhas sejam orientadas para ensinar as mais novas a serem "…sujeitas ao marido, para que a palavra de Deus não seja difamada" (Tito 2:3-5). "Mulheres, sede vós, igualmente, submissas a vosso próprio marido..." (1 Pedro 3:1). 

As instruções da Bíblia são claras. As mulheres devem submeter-se aos seus maridos. Essa submissão não indica inferioridade. Mesmo Jesus se submeteu ao Pai, entretanto ambos, Pai e Filho, participam igualmente da natureza divina. 

Do mesmo modo, esposo e esposa têm igual valor como pessoas, mas Deus ordena que o esposo guie a família. As esposas devem obedecer a vontade de seus esposos em tudo, exceto quando essa vontade contradiz a Palavra de Deus (note o princípio de Atos 5:29).

Nas igrejas.

"Como em todas as igrejas dos santos, conservem-se as mulheres caladas nas igrejas, porque não lhes é permitido falar; mas estejam submissas como também a lei o determina. Se, porém, querem aprender alguma cousa, interroguem, em casa, a seu próprio marido; porque para a mulher é vergonhoso falar na igreja" (1 Coríntios 14:33-35). 

As mulheres não devem falar na igreja! O tipo de fala que é mencionado nesse contexto é dirigir-se a toda a congregação, tal como é feito por alguém que está dirigindo alguma parte do culto. 

Paulo não se refere ao cantar junto com toda a igreja, e não se refere às ordens sussurradas a uma criança. Ele também não se refere a uma situação de estudo da Bíblia, do qual participe talvez somente uma certa parte da igreja (note 1 Coríntios 14:23). 

Mas no culto da congregação, as mulheres não devem falar dirigindo-se ao grupo, nem mesmo para fazer uma pergunta. 

Mulheres que pregam ou dão testemunho nos cultos de adoração nas igrejas simplesmente desobedecem o mandamento de Deus e devem notar os versículos que se seguem a esse mandamento: 

"Se alguém se considera profeta ou espiritual, reconheça ser mandamento do Senhor o que vos escrevo. E, se alguém o ignorar, será ignorado" (1 Coríntios 14:37-38).

Em geral. 

"Quero, entretanto, que saibais ser Cristo o cabeça de todo homem, e o homem, o cabeça da mulher, e Deus, o cabeça de Cristo" (1 Coríntios 11:3). 

"A mulher aprenda em silêncio, com toda a submissão. E não permito que a mulher ensine, nem exerça autoridade de homem; esteja, porém, em silêncio" (1 Timóteo 2:11-12). 

A mulher cristã não deve tomar uma posição de liderança sobre os homens, no lar, na igreja, e nem na sociedade em geral. A mulher que se torna pastora de uma igreja, ou ensina uma aula contendo homens, está errada. 

Alguns tentam limitar esses trechos à cultura do primeiro século. Mas note cuidadosamente que no contexto de 1 Timóteo 2, as razões que Paulo oferece para seu ensinamento não estão limitadas a uma cultura. 

"Porque, primeiro, foi formado Adão, depois, Eva. E Adão não foi iludido, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão" (1 Timóteo 2:13-14). 

Paulo baseia seu ensinamento na ordem da criação; o fato de que Deus criou primeiro o homem mostra sua intenção para que o homem seja o guia. Ele também mostra as consequências quando a mulher tomou a direção e o homem a seguiu. 

Eva foi enganada pelo que o tentador disse, isto é, creu em sua mentira. Adão não foi enganado; ele comeu o fruto mesmo sabendo que estava errado. Ele seguiu a orientação de sua esposa. 

Tanto a criação como a queda ensinam que a vontade de Deus é que os homens tenham a autoridade. Claramente, Deus não quer que mulheres dirijam igrejas!

A objeção mais comum a esses textos é que Deus deu à mulher talentos que devem ser usados em seu serviço. Isso é verdade, porém esses talentos devem ser usados de uma maneira aprovada por Deus. 

Nunca é certo violar as Escrituras. Deus, certamente, deu às mulheres muitos talentos e as mulheres cristãs desempenham um papel igualmente útil na obra do Senhor, como o fazem os homens. 

A máquina de lavar e o fogão são ambos úteis; eles simplesmente cumprem funções diferentes.

O Trabalho das Mulheres

No evangelho. 

Há muitas maneiras nas quais mulheres podem servir no evangelho. Lucas 2:36-38 menciona que Ana orava continuamente. 

Nenhuma responsabilidade maior do que a oração existe e as mulheres têm o direito igual ao dos homens a se aproximarem do trono de Deus em oração.

As mulheres podem ensinar. Enquanto não pode ter autoridade sobre os homens, a mulher cristã pode e deve ensinar outras mulheres e crianças (Tito 2:3-5), e se ela mantém um espírito humilde, pode também ajudar os homens a entenderem melhor as Escrituras (Atos 18:24-26). 

No primeiro século, as mulheres profetizavam (Atos 2:17-18; 21:9), isto é, revelavam a vontade de Deus pela inspiração do Espírito Santo. Débora, no Velho Testamento, era uma mulher bastante procurada por causa de seu sábio aconselhamento. 

A fé de Timóteo foi atribuída à influência de sua mãe e avó, as quais eram devotas. As mulheres cristãs devem conhecer as Escrituras e serem capazes de mostrar humildemente qual é a vontade de Deus.

O Novo Testamento ressalta frequentemente o trabalho que as mulheres faziam, sem especificar exatamente qual era esse trabalho (Romanos 16:12; Filipenses 4:2-3; Atos 1:14; 9:2; 17:12). As mulheres devem trabalhar para encorajar, admoestar e edificar.

Através do exemplo de uma vida espiritual, as mulheres devem adornar o evangelho de Cristo (Tito 2:3-5). Pedro mostra que as mulheres devem dar mais importância ao caráter interior e menos à aparência externa (1 Pedro 3:1-6). 

Tanto os homens quanto as mulheres devem ser o sal da terra e a luz do mundo (Mateus 5:13-16). Enfim, mulheres e homens são iguais diante de Deus e ambos têm maneiras importantes pelas quais devem servir a Deus (Gálatas 3:28).

No serviço. (Ministério)

Quando lembramos que Jesus disse que o maior no reino de Deus será aquele que serve (Marcos 10:35-45), então parece muito provável que as pessoas maiores no reino têm sido as mulheres. 

A Bíblia menciona várias mulheres, por exemplo: 

Dorcas, que continuamente praticava ações de bondade e caridade (Atos 9:36-39); 

Maria que "muito trabalhou por vós" (Romanos 16:6); 

Febe que servia à igreja de Cencréia (Romanos 16:1-2); 

e Maria, irmã de Marta e de Lázaro, que ungiu o corpo de Jesus para seu sepultamento (Marcos 14:3-9). 

A Bíblia raramente menciona mulheres cristãs sem falar sobre suas boas obras (1 Timóteo 2:9-10; 5:10).

No lar. 

Deus criou a mulher porque viu que o homem precisava de uma companheira (Gênesis 2:18-24). Homens e mulheres são dependentes uns dos outros (1 Coríntios 11:11). 

As esposas têm responsabilidade especial como donas de casa (1 Timóteo 5:14; Tito 2:3-5). Provérbios 31 fala extensamente sobre a bênção que uma boa esposa é para o seu esposo.

As mães têm um papel muito importante na educação de seus filhos. É triste que a sociedade moderna desdenhe as mulheres que devotam tempo integral à criação dos filhos e ao cuidado do lar, e exalte as mulheres que dão mais importância às suas carreiras profissionais. 

Uma esposa e mãe devota está entre as maiores bênçãos que uma sociedade pode ter e devemos criar nossas filhas para desejarem desempenhar esse papel. 

Timóteo ajudou grandemente os irmãos, no primeiro século, em parte por causa da influência de sua mãe e de sua avó. Ser uma boa mãe é um trabalho especialmente importante das mulheres cristãs (1 Timóteo 2:15; 5:10,14).

Conclusão

Os homens e as mulheres devem ser igualmente ativos na obra de Deus. Nenhum deles deve fazer o que Deus não lhes atribuiu, mas quando cada um trabalha dentro do papel que Deus ordenou, o nome do Senhor será glorificado e sua obra cumprida.


-por Gary Fisher - Estudosdabiblia.net
[D31]