domingo, 11 de fevereiro de 2024

Restauração do Cristianismo Puro

 



A restauração do cristianismo puro seria possível? Uma pessoa não pode ler a Bíblia sem notar a ênfase que Deus coloca no conhecimento e obediência à sua palavra. Iniciou com Adão e Eva no Jardim do Éden. Deus ordenou obediência à sua palavra a respeito de uma árvore. 

Por não obedecer, o primeiro casal foi expulso do jardim lindo. O dilúvio veio mais tarde porque os homens não estavam obedecendo ao plano de Deus. Depois, quando Deus organizou o Seu povo, os Judeus, notamos de novo a ênfase colocada na Lei que Deus deu a Moisés. 

Em Deuteronômio 6:6-7 lemos: “Estas palavras que hoje te ordeno, estarão no teu coração. Tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa e andando pelo caminho, e ao deitar-te e ao levantar-te.”

Também, a Lei ordenou: “Ajuntai o povo, os homens, as mulheres, os meninos e o estrangeiro que está dentro da vossa cidade, para que ouçam e aprendam, e temam ao Senhor vosso Deus, e cuidem de cumprir todas as palavras desta lei.” (Deuteronômio 31:12) 

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Vemos Deus ordenando o Seu povo a conhecer, obedecer e ensinar a Sua Lei para homens, mulheres, crianças e até estrangeiros. 

O rei Davi disse: “Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes o seu prazer está na Lei do Senhor, e na Sua Lei medita de dia e de noite.” (Salmo 1:1-2).

É o desejo de Deus para os que estão sob a nova lei de Cristo, no Novo Testamento, a obedecessem também. Em I Pedro 3:15 lemos: “antes santificai a Cristo, como Senhor, em vossos corações, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós.” A única maneira de cumprir este mandamento é conhecer bem a palavra de Deus. 

O Apóstolo Paulo ensinou: “Procura apresentar-te a Deus, aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.” ( II Timóteo 2:15). O cristão não pode manejar bem a palavra de Deus sem ter conhecimento desta palavra. O Jovem evangelista, Timóteo, era um ótimo pregador porque desde a infância estava estudando a Palavra de Deus ( II Timóteo 3:15).

Quando Jesus Cristo voltar, pela segunda vez, Ele vai tomar vingança contra os que não conhecem a Deus e contra os que não obedecem ao evangelho Dele ( II Tessalonicenses 1:7-8).


OS REIS DE ISRAEL

A importância de conhecer, ler e meditar na Palavra de Deus, para ser obediente, pode ser ilustrado por uma história sobre os reis de Israel. 

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O rei Ezequias era um bom rei porque tinha zelo pela casa de Deus, pelo culto a Deus e que seguiu rigorosamente o padrão do rei Davi (II Crônicas 29:1-30). Sob o reinado deste rei, o povo de Deus prosperou, pois tinham conhecimento da Lei e estavam obedecendo ( II Crônicas 31:21-31). 

Mas, quando Ezequias morreu, e seu filho tomou o seu lugar, Israel caiu em desgraça e desobediência porque o novo rei não teve zelo pela Lei de Deus (II Reis 21). Ele deixou deuses pagãos penetrarem na vida do povo. 

Quando este rei morreu, seu filho seguiu o mesmo caminho ( II Reis 21:21-22). Pois, quando um povo esquece de ler e meditar na Lei do Senhor, é tomado pelo engano e laços do diabo.

Depois de 57 anos de desobediência, o Rei Josias começou a reinar em Israel. A Bíblia diz que ele era um homem reto com desejo de obedecer e andar nos caminhos de Deus (II Reis 23:1-3). Ele fez todo o possível para dirigir o povo mas estava sem cópias da lei de Deus, pois a lei tinha sido esquecida e perdida.

Um dia o rei Josias mandou carpinteiros, edificadores e pedreiros para repararem estragos no templo. Durante esta obra uma cópia da lei foi achada. 

O escrivão Safã levou-a com pressa para o rei. Depois de ler e meditar nesta cópia da lei, Josias rasgou as suas vestes e ficou triste porque notou que o povo não estava obedecendo à vontade de Deus (II Reis 22:3-20).

Josias juntou o povo e ensinou-lhes as palavras da lei e fez uma aliança ante Deus para seguirem e guardarem os seus mandamentos (II Reis 23:1-3). 

Através da orientação da lei de Deus, Josias purificou o templo, iniciou o culto verdadeiro, destruiu os altares dos deuses pagãos, aboliu os médiuns, feiticeiros e ídolos. Josias fez tudo isso para “cumprir as palavras da lei que estavam escritas no livro que o sacerdote Hilquias achara na casa do Senhor”(II Reis 23:24).


A SEMENTE

Em Lucas 8:11, Jesus ensinou que a Palavra de Deus é semente e quando plantada no coração, dá fruto ou seja, resultado, quando o coração é bom. O apóstolo Pedro ensinou que esta semente é viva e permanente; nunca morrerá (I Pedro 1:22-25).

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Quando a Palavra de Deus é pregada e obedecida, o resultado é o nascimento de um povo obediente e abençoado. Mas, quando a Palavra de Deus é rejeitada como a autoridade ou colocada em segundo plano, o resultado é um povo desobediente sem orientação divina.

Jesus Cristo mostrou a importância da Palavra de Deus quando orou em favor das pessoas que iam acreditar Nele através da Palavra de Deus (João 17:20). É impossível acreditar em Cristo para a salvação sem conhecimento da Palavra de Deus (Romanos 10:12-17). 

Por isso, II Timóteo 3:16-17 ensina: “Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.”

Uma vez o Apóstolo Paulo estava conversando com os presbíteros da igreja de Éfeso, alertando estes líderes contra falsos profetas e mestres. Para combater erros, Paulo disse que há algo poderoso para fortificar e edificá-los. Disse: “Agora, pois, encomendo-vos ao Senhor e à Palavra da sua graça, que tem poder para vos edificar e dar herança entre todos os que são santificados.” (Atos 20:32). 

É a Palavra de Deus que tem poder para edificar e salvar.


OS PRIMEIROS SÉCULOS

Nos primeiros séculos, depois da morte dos apóstolos de Jesus, e depois que a Palavra de Deus foi concluída, os homens continuavam a estudar e obedecer os livros da Bíblia. 

No segundo século, depois de Cristo, homens como Clemente, da cidade de Roma, Policarpo, da cidade de Esmirna e Inácio, da cidade de Antioquia, defenderam mandamentos e ensinamentos bíblicos. 

Eles, com outros, lutaram para manter a igreja pura e na sã doutrina. Todavia, depois do século três, os homens começaram a esquecer a importância de seguir a Palavra de Deus, obedecendo filosofias e tradições humanas e ordenanças de concílios. 

A palavra de Deus foi colocada nas mãos da Igreja Romana. Aos poucos a doutrina bíblica foi esquecida e doutrinas fora da bíblia foram introduzidas.


OS PRIMEIROS ERROS

Qualquer doutrina que não se pode encontrar no Novo Testamento de Jesus Cristo é uma apostasia porque está fora do que foi dito por Deus (Gálatas 1:6-9).

No ano 150, a Igreja Romana começou a mudar o sentido das palavras bispo e presbíteros. No Novo Testamento, as palavras bispo e presbítero são palavras que explicam a função de um homem só. Veja bem Atos 20:28 e I Pedro 5:1-3. 

Mas , a Igreja Romana começou a mostrar uma diferença entre bispo e o presbítero, dando um cargo diferente e mais elevado para o bispo. A Bíblia explica que cada congregação tem que ter mais de um bispo ( Filipenses l:l e Atos 14:23). A Igreja Romana começou a colocar um bispo sobre várias igrejas e até cidades. 

Este erro cresceu até, no ano 606, Bonifácio III, declarou-se “O Bispo Universal da Igreja”.

Também, no ano 220, temos a primeira vez quando um infante foi batizado. O batismo de infantes não é um ensinamento bíblico e não há nenhum exemplo disso no Novo Testamento. Estes pensamentos não foram bom aceitos até o século quinto.

O culto a Maria, a mãe de Jesus, começou a ser ensinado no século quarto. A Igreja Romana transformou a “mãe do Senhor” em “a mãe de Deus”. 

Transformou “a serva do Senhor” em “A Rainha dos Céus”. 

A doutrina da Imaculada Conceição de Maria foi combatida por muitos anos e não foi uma doutrina de fé, na Igreja Católica, até no ano 1854. 

O Novo Testamento diz que Jesus Cristo é o único mediador entre Deus e os homens (I Timóteo 2:5). Jesus nunca exaltou sua mãe. 

O novo Testamento não ensina nada sobre o nascimento ou morte de Maria. Até, ela nunca é mencionada nas cartas do Novo Testamento. 

Depois que a igreja começou, no Dia de Pentecoste, no ano 33, Maria não é mencionada mais na história bíblica.

Mais erros foram introduzidos durante os séculos. Tais como dias e meses santos, nos anos 200 a 700; incenso no ano 350; óleo santo no ano 400; vestimentas sacerdotais no ano 555; velas no ano 650. Na ignorância, 0 povo aceitava, confiando na igreja e nos homens. 

A Palavra de Deus estava nas mãos da Igreja Romana e somente os sacerdotes e teólogos tinham acesso à lei de Deus, e eles estavam esquecendo a lei de Deus em favor de doutrinas humanas. Era como na época dos israelitas, no tempo dos reis, quando a Palavra de Deus foi esquecida, e erros penetraram na vida do povo.


O COMEÇO DE UMA REFORMA

Como no tempo do bom Rei Josias, havia homens que amavam a verdade e a Lei de Deus. Homens chamando a atenção do povo para as leis do Senhor. 

No início do século dez, em várias países da Europa, homens começavam a rebelar-se contra estas doutrinas fora da bíblia. Houve interesse em limpar e reformar a igreja desviada. Havia grupos na Grecia, Itália, França e Holanda, protestando contra a hierarquia da Igreja Romana. 

Além de vários agrupamentos de cristãos que já haviam se separados , mantendo sua fidelidade a Escritura. Estes grupos aceitavam a Bíblia como única autoridade em assuntos religiosos.

Havia vários homens pregando e ensinando abertamente contra os erros da Igreja Romana. Homens como Arnaldo de Brescia e Pedro de Bruys. Pedro de Bruys, no ano 1110, um padre, começou a pregar ensinamentos bíblicos tentando reformar a sua própria igreja. 

Pregou contra imagens e ensinou que os sacerdotes podiam casar e que o culto devia ser mais simples. Conseguiu pregar doutrinas bíblicas por vinte anos tendo influência sobre muitas pessoas. No ano 1130, foi morto por ordem da Igreja Romana.

Arnaldo de Braascia pregou abertamente contra a hierarquia da Igreja Romana em comparação com os ensinamentos bíblicos. Ele foi enforcado, como herético, no ano 1155. 

Mas, a oposição da Igreja Romana por Pedro de Bruys e Arnaldo de Brescia, criou uma atividade que se espalhou na França. 

Um comerciante rico, Pedro Waldo, na cidade de Lyons, começou a estudar a bíblia e persuadir alguns monges a traduzir o Novo Testamento na sua própria língua. Pedro Waldo juntou várias pessoas para estudarem o Novo Testamento. Isto foi no ano de 1160. 

Eles começavam a ensinar o que achavam nas Escrituras. Eles não tinham a ideia de abandonar a Igreja Católica Romana mas foram forçados a fazer isso quando notaram contradições em várias doutrinas da Igreja em comparação com a doutrina bíblica. 

Estes homens tiveram uma influência enorme na vida das pessoas na França.

As ideias e ensinamentos destas pessoas se espalharam pela Europa durante os próximos 200 anos. Na Europa inteira houve interesse em reformar a Igreja Romana e retornar para a igreja do Novo Testamento. 

Tudo isso aconteceu porque homens voltaram a ler e estudar a Palavra de Deus; a semente que produz cristãos e a igreja bíblica pura.

Na verdade, já estava profetizado na bíblia que haveria uma grande apostasia (divisão) no seio da igreja e que muitos seriam enganados por seguirem esses homens (Atos 20:29-30 I timóteo 4:1-3). Os preceitos e invenções dos homens levaram ao gradual desenvolvimento da igreja Católica Romana.


A BÍBLIA TRADUZIDA

No ano de 1380, um homem, professor na Universidade de Oxford, na Inglaterra, compreendeu que a Bíblia devia estar nas mãos de todos. Este professor se chamava João Wycliff.


João wycliff estudava a bíblia, na língua latina e através dos seus estudos, começou a ter problemas com a doutrina da Igreja Católica. Ele escreveu bastante sobre três doutrinas onde achava a igreja em conflito com a bíblia. 

1- O homem podia orar a Deus, em nome de Jesus, sem o sacerdote. 

2 - Na Ceia do Senhor o pão não se torna o corpo literal de Cristo e o vinho não se torna literalmente o seu sangue. São lembranças somente do Seu corpo na cruz e seu sangue. 

3- A Bíblia deve ser a autoridade suprema em assuntos religiosos.

A Igreja Católica condenou os escritos de Wycliff. Ele sentiu a necessidade de mostrar para o povo o que a Palavra de Deus realmente ensinava. Por isso, João Wycliff usou os últimos anos da sua vida traduzindo a Bíblia do latim para o inglês, para que o homem comum pudesse ler e meditar na Palavra de Deus por si mesmo.

Em 1380, quando Wycliff estava terminando este trabalho importante, foi expulso do corpo docente da Universidade de Oxford e um concílio da Igreja Católica, na cidade de Londres, condenou publicamente João Wycliff e todos os seus escritos.

Ele era tão odiado pela Igreja Católica, que 31 anos depois da sua morte, no ano de 1415, o Concílio de constance ordenou que os seus ossos fossem tirados do túmulo, queimados e jogados num rio.

Porque João Wycliff era tão odiado pela Igreja Romana? 

A razão é que por mais de mil anos, depois que Jerônimo traduziu a Bíblia do grego para o latim, em serviço da Igreja Romana, a Bíblia ficou nas mãos da Igreja Católica. 

Através dos esforços de João Wycliff, a Palavra de Deus foi colocada nas mãos do povo e eles podiam ler por si mesmos os mandamentos de Deus. As pessoas podiam comparar a doutrina da Igreja Católica com a doutrina bíblica, notando contradições e doutrinas não encontradas na Bíblia. 

A Igreja Católica perdeu o seu controle do povo e das nações quando o povo começou a ser iluminado pela luz da Palavra de Deus. Tudo começou com os esforços do João Wycliff e sua tradução da Bíblia para o inglês.

200 anos depois da morte de João Wycliff, a Bíblia começou a ser impressa e pessoas interessadas começaram a ler e a estudar a Bíblia e com isso iniciou-se a grande reforma na Europa dos séculos 15 e 16.

Foi Jesus Cristo que disse, ao homem comum: “conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (João 8:32). A verdade está na Palavra de Deus e esta Palavra é semente permanente. Quando plantada nos corações honestos e puros, dá fruto.


A REFORMA NA EUROPA

A reforma na Europa trouxe três pensamentos que iam ser usados para o progresso da igreja de Jesus Cristo e a restauração de doutrinas bíblicas. 

(1) A Bíblia é a autoridade suprema. 

(2) Todos os cristãos são sacerdotes. 

(3) O direito e privilégio do julgamento privado.

Estas pessoas, na Europa, pensavam que se cada cristão é um sacerdote, (Apocalipse 1:6), e há o direito de ler a Bíblia e julgar por si mesmo, então a Bíblia não deve ser considerada propriedade exclusiva dos sacerdotes escolhidos pela Igreja Romana.

Com homens como João Wycliff e João Wesley na Ingraterra, João Huss na Boêmia, Girolamo Savonarola na Itália, Ximenes na Espanha, Martinho Lutero na Alemanha, Huldreich Zwingli e João Calvino na Suiça, o mundo chegou a conhecer melhor a Palavra de Deus e mandamentos bíblicos.

Estes homens não tinham o desejo de começar outras igrejas mas reformar a igreja desviada. Quando as autoridades católicas não aceitaram isso e começaram a perseguir estes homens, eles foram forçados a abandonar a Igreja Católica para formar grupos independentes. 

Estes grupos, que mais tarde se tornaram igrejas bem formadas, foram chamados “protestantes” porque estavam protestando contra a Igreja Católica Romana e qualquer doutrina não encontrada na Palavra de Deus.

Nomes como Luterano, Batista, Presbiteriano e Metodista, foram usados por estes grupos.

A Bíblia foi usada mas quando os homens começaram a escrever seus pensamentos e regras para estas igrejas recém-nascidas, a Bíblia foi limitada e às vezes esquecida como autoridade suprema. 

Martinho Lutero lutou contra isso e especialmente o uso do seu nome para o seu grupo, dizendo que ele não morreu por ninguém e sim Cristo. 

Os princípios ótimos destes homens, em restaurar a igreja do Novo Testamento, foram abafados quando homens começaram a escrever credos e regras para as igrejas protestantes. 

Os luteranos começaram a usar um credo chamado A confissão de Augsburg. 

Os presbiterianos tinham a Confissão de Westminster. 

Os batistas o Manual da Fé.

Para ser membro destras igrejas protestantes era necessário confessar a sua fé nos ensinamentos destes credos e manuais de fé. Qualquer pessoa podia ler e aplicar as verdades da bíblia à sua vida, mas para obter a irmandade e a associação com uma igreja protestante, precisava aceitar a interpretação destas verdades através dos credos ou catecismos.


CALVINISMO

O Calvinismo era o sistema teológico que dominava na Europa. As igrejas presbiterianas e batistas eram principalmente calvinísticas em doutrina. Este sistema teológico foi introduzido por João Calvino. Ele nasceu na Suiça no ano de 1509. 

João Calvino acreditava na Bíblia como o único guia infalível e quis reformar as igrejas e iniciou pensamentos que iam ter grande influência no mundo inteiro.


Infelizmente, ele ensinava erros, doutrinas contra o que a bíblia diz. Devemos lembras, todavia, que João Calvino trabalhou contra grandes dificuldades e perseguições. 

Não estamos desculpando os seus erros de doutrina, mas é bom lembrar que através de homens como ele, e outros, a Palavra de Deus voltou a ser lida pelo povo que mais tarde ia resultar na restauração da Igreja Bíblica.

Podemos sumariar este sistema teológico de Joào Calvino em 5 pontos: 

(1) DEPRAVAÇÃO TOTAL: A transgressão do jardim do Edem deixou todos os descendentes de Adão e Eva incapazes de responder à chamada de Deus. O homem dependia totalmente da Graça de Deus para a salvação. O homem não podia fazer obem se quisesse.

(2) ELEIÇÃO E PREDESTINAÇÃO: Deus, através de eleição divina, escolheu certas pessoas para a salvação. Estas escolhidas por Deus são predestinadas à vida eterna. As não escolhidas são predestinadas ã punição eterna.

(3) REDENÇÃO LIMITADA: Cristo morreu somente para os escolhidos. O seu sangue tem significância somente para os predestinados por Deus. O sangue de Cristo não tem efeito para os não escolhidos.

(4) A GRAÇA IRRESISTÍVEL: A eleição é manifestação da graça de Deus. Porque Deus é o todo poderoso, ninguém pode resistir a Sua graça.

(5) PERSEVERANÇA DOS SANTOS: O desejo de Deus tem que permanecer. Por isso, nenhum dos escolhidos pode ser perdido. É impossível cair da fé.

Falamos sobre erros neste sistema teológico de João Calvino. Ele iniciou com uma base falsa, pois a salvação é para todos, pois Cristo morreu em favor de todos (João 3:16-17). Deus deseja a salvação para todos (Atos 17:30). 

Há avisos, na bíblia, sobre o perigo de voltar para o mundo e ser perdido eternamente, depois de ter conhecido a salvação em Cristo (Hebreus 6:1-8; Tiago 5:19-20; II Pedro 2:20-22). Mas, o ensinamento de João Calvino espalhou-se na Europa e as igrejas protestantes cresceram.


UMA TERRA NOVA

Com a bíblia na língua do povo e com a invenção da imprensa, a reforma cresceu rapidamente na europa. Com o crescimento também cresceu a perseguição. 

Não somente uma perseguição da Igreja Católica mas também uma perseguição das próprias igrejas protestantes quando vários homens começavam a reformar as próprias igrejas protestantes para corrigir erros em doutrina. Homens como Greville Ewing, João Glas, Roberto Sandeman e Roberto Haldane. 

Estes homens iniciavam igrejas bíblicas especialmente na Escócia, deixando de lado doutrinas não encontradas na bíblia e eliminando credos e catecismos para seguir somente a Palavra de Deus.

Neste mesmo tempo uma terra nova foi aberta; a América do Norte. Para escapar às perseguições religiosas e ter a oportunidade de um novo começo na vida, muitas pessoas saíram da Europa para a terra nova. Quando a América do Norte ganhou a sua independência, no ano de 1776, as igrejas protestantes já estavam bem plantadas.

Esta liberdade trouxe novos pensamentos sobre a religião e a bíblia. Pois o Evangelho de Jesus Cristo é poderoso e os pensamentos e filosofias dos homens não podiam resistir por muito tempo. 

O evangelho de Cristo já estava penetrando nos corações honestos na Europa, especialmente na Escócia para uma restauração da Igreja bíblica. Século após século, sempre houve homens defendendo o Cristianismo e os princípios bíblicos. 

Jesus Cristo tinha dito: “Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mateus 16:18). E a história ia repetir-se de novo no século 18 na América do Norte.


A RESTAURAÇÃO NA AMÉRICA DO NORTE

É impossível escrever sobre todos os eventos e pessoas envolvidas na restauração da Igreja de Cristo na América do Norte, mas queremos mencionar algumas que servirão de exemplo e estímulo de como a Palavra de Deus é semente e semente viva. 

Quando plantada em corações honestos, sempre dá fruto. É possível ter a Igreja Bíblica em qualquer país; em qualquer século, porque temos a semente que gera a Igreja bíblica; a Palavra de Deus (Lucas 8:11).

No fim do século 18, no sul, oeste e leste da América do Norte, ao mesmo tempo, houve interesse e ações contra autoridades e credos humanos. Houve um grande interesse no estudo da Bíblia. Vamos notar alguns exemplos e pessoas.


JAMES O’KELLEY


James O’Kelley nasceu na Irlanda no ano de 1735. A sua família mudou-se para a América do Norte, indo para o estado de Virgínia e depois para a Carolina do Norte.

O’Kelley foi convertido à Igreja Metodista no ano de 1774. Os metodistas, na América do Norte, eram parte do grupo organizado por João Wesley, na Inglaterra, no ano de 1744. Foram chamados “metodistas” por causa das suas pregações incansáveis sobre a importância de métodos na vida cristã. Depois da guerra de 1776, a guerra da Independência dos Estados Unidos, João Wesley escolheu Thomas Coke e Francis Asbury para serem os “superintendentes”dos metodistas na América do Norte.

Durante este tempo, O’Kelley começou a pregar e foi recebido pelo povo e cresceu em poder e influência. Em 1784 ele foi eleito um presbítero.

Quando Francis Asbury tornou-se “o bispo” na Igreja Metodista, para a América do Norte inteira, James O’Kelley ficou insatisfeito com este tipo de governo na Igreja.

Protestou porque não achou este padrào no Novo Testamento. O’Kelley Não achou uma diferença entre os cargos de presbítero e bispo, notando que o conceito bíblico é que são palavras indicando o mesmo homem e que não há exemplos bíblicos de um bispo em autoridade sobre várias congregações (Atos 20:28; I Pedro 5:1-4).

Numa conferência geral, da Igreja Metodista, em 1792, a discussão tornou-se tão quente que houve uma divisão com muitas pessoas achando que O’Kelley tinha  razão. 

Em 1793, James O’Kelley saiu da Igreja Metodista para organizar a Igreja Metodista Republicana. Um ano depois, este grupo resolveu abandonar o nome metodista para aceitar somente o nome “cristão”, seguindo Atos 11:26. 

Eles rejeitaram os credos humanos e aceitaram somente a Bíblia como regra de fé. Tiveram um problema com a doutrina do batismo para infantes, não entendendo com certeza se infantes deviam ser batizados ou não. 

James O’Kelley levou 19 anos para reconhecer que o modo do batismo bíblico é imersão (Romanos 6:1-11). Com isso parou de batizar infantes.

Ele continuou a sua procura das doutrinas bíblicas, ensinando e pregando um retorno para a Igreja do Novo Testamento. 

Quando James O’Kelley estava desenvolvendo estes pensamentos nos estados de Virginia e Carolina do Norte, um pensamento similar estava se iniciando no norte dos Estados Unidos sobre a influência de Abner Jones e Elias Smith. Nenhum dos três tinha conhecimento dos outros e sua procura pela verdade bíblica.


ABNER JONES

                   United Church of Christ

Abner Jones morou no estado de Massachusetts e depois no estado de Vermont, no norte dos Estados Unidos. Ele era professor, médico e pregador da Igreja Batista.

Abner Jones era um estudante da Palavra de Deus e seus estudos causaram-lhe problemas com a doutrina batista. Ele achava que o nome batista não significava nada para o cristão e sim o nome cristão. Foi Cristo que se sacrificou em favor do cristão. 

Com estas convicções, deixou a Igreja Batista em 1801, para estabelecer uma congregação chamada “A Igreja Cristã”. Esta igreja usava somente a bíblia como a única regra de fé, deixando de lado o Manual de Fé dos batistas, usava o nome cristão como o único para os membros e tentavam seguir o que a Bíblia diz sobre o culto da igreja.


ELIAS SMITH



Elias Smith nasceu no norte dos Estados Unidos, no estado de Connecticut, em 1769. Ele era professor, médico, autor e editor. Seus pais tentaram “batizar” Elias com aspersão, quando ele tinha 8 anos, mas ele fugiu do local. 

Gostava da Bíblia, estudando-a frequentemente. Com seus estudos notou que o batismo bíblico é por imersão e que não havia exemplos de crianças sendo batizadas no Novo Testamento.

Tinha um desejo de obedecer à Bíblia e procurou um pregador da Igreja Batista, e, em 1788, foi batizado por imersão. Seus interesses cresceram e dois anos depois pregou seu primeiro sermão.

Seus estudos bíblicos deixaram-no insatisfeito com algumas doutrinas batistas, especialmente sobre a impossibilidade de cair da fé. Vamos lembrar que as Igrejas Batistas eram calvinistas em doutrina. 

Em 1805 ele resolveu deixar de lado ensinamentos não encontrados no Novo Testamento. Publicou uma revista chamada “A Revista Cristã”. Em 1808 publicou o primeiro jornal religioso chamado “O Mensageiro do Evangelho da Liberdade”. 

Este jornal defendeu os princípios do cristianismo bíblico. Serviu de ligação entre outros de igual pensamento e desejo. Por causa disso, Elias Smith e Abner Jones se conheceram e começaram a pregar juntos.


BARTON STONE



Barton Stone nasceu no estado de Maryland em 1772. Como infante foi aspergido na Igreja Anglicana. Sempre gostava de pregações e estudos bíblicos, escutando, quando podia, os pregadores batistas e metodistas. 

Comparou as suas pregações com as da Igreja Anglicana e ficou confuso, pois eram bem diferentes. Em 1790, sob a influência de um pregador da Igreja Presbiteriana, William Hodge, Stone entrou nessa igreja e começou a estudar para o ministério. 

Em 1793, foi ordenado pregador. Todavia, teve desde o primeiro dia, dificuldades com a doutrina calvinista. Um dia, indo para o sul, ficou doente e precisou passar 3 meses na casa do seu irmão, no estado de Georgia. 

Havia uma escola perto, dirigida por Hope Hull, um pregador Metodista, que tinha estudado com James O’Kelley. Hope Hull precisava de alguém para ensinar línguas e convenceu Stone a ficar para ensinar na escola. Hope Hull teve influência nos pensamentos de Barton Stone. 

Em 1796, Stone retornou para a Carolina do Norte e começou a pregar para a Igreja Presbiteriana. Ainda tinha problemas com a confissào de Westminster, o credo desta igreja e algumas doutrinas calvinistas. Especialmente sobre a predestinação. Stone foi para o estado de Kentucky pregando e ensinando.

Enquanto Barton Stone estava ensinando a Bíblia, homens como James McGready, Joào e William McGee, em outros lugares de Kentucky, estavam pregando uma volta para as doutrinas do Novo Testamento. 

Barton Stone foi escutar uma pregação de McGready, em 1801, e resolveu lutar ainda mais em favor das doutrinas bíblicas. As suas pregações criavam problemas e protestos na Igreja Presbiteriana e Stone foi retirado como pregador. Mas ele amava a Verdade e a pregação da Verdade, e com outros de igual fé e convicção, começou um grupo chamado O Presbitério de springfield, que juntou mais de 15 congregações no norte de Kentucky e sudoeste do estado de Ohio.

Depois de algum tempo, e mais estudos bíblicos, este grupo, dirigido por Barton Stone, chegou à conclusão de que esta organização era anti-bíblica. 

Em junho de 1804, eles dissolveram o Presbitério de Springfield, encorajando o povo a abandonar todas as organizações humanas e nomes humanos. 

Nesse dia, Barton Stone proclamou para a sua congregação, e para outras, que ele ia usar somente a bíblia como única autoridade de fé e prática, deixando de lado todos os credos humanos, confissões de fé e disciplinas e que o nome Cristão tinha que ser o único nome usado e a igreja devia ser chamada pelo nome de Cristo. 

Barton Stone teve uma influência enorme, nos próximos 40 anos, através das suas pregações e aulas bíblicas.


THOMAS CAMPBELL



Thomas Campbell, provavelmente mais do que qualquer outro homem, conseguiu sumariar e colocar em palavras os pensamentos de todos estes homens que amavam a verdade, quando ele disse: “Onde a Bíblia fala, nós falamos; onde a Bíblia cala, nós calamos.”

Thomas Campbell nasceu na Irlanda, no ano de 1763. Seus pais eram membros da Igreja Anglicana. Eles tinham um grande interesse em religião e a Bíblia era estudada diariamente no lar. Mas, a religião seca e fria da Igreja Anglicana deixou Thomas Campbell com desejo de conhecer algo melhor e mais espiritual. 

Foi influenciado pela doutrina de João Calvino e a Igreja Presbiteriana. Thomas Campbell era ótimo professor e lecionou em várias escolas da Irlanda. Mas, ainda tinha desejo de ser um pregador e entrou na Universidade de Glasgow, na Escócia, estudando 3 anos em um curso para pregadores. Tornou-se um pregador na Igreja Presbiteriana em 1787.

Com seu conhecimento bíblico, Campbell começou a pregar e ensinar doutrinas bíblicas e teve uma influência enorme. Esforçou-se demais e ficou doente. Seu médico recomendou uma mudança de clima. 

O seu filho, Alexandre, tinha desejo de conhecer a América do Norte e convenceu o pai a ir para lá. No ano de 1807, Thomas Campbell viajou para esta terra nova com planos de mandar buscar a sua família se tudo fosse bem.

Na sua chegada, apresentou-se na assembleia da Igreja Presbiteriana, na Pensylvania e foi aceito como pregador. Todavia, os presbiterianos não eram tão firmes na fé e menos unidos do que os da Europa. 

Campbell começou a ter problemas com esta igreja, especialmente sobre a autoridade da Confissão de Westminster. Em 1808, foi suspenso de seu cargo de pregador mas já tinha influenciado bastante pessoas na comunidade. 

Ele começou a pregar ao ar livre e em casas. Seus ensinamentos bíblicos afetaram muitas pessoas e sua influência como pregador e professor da Bíblia cresceu.

Uma vez ele disse ao povo: “Pregadores e membros das igrejas têm que entender que não há divisões no túmulo e nem no mundo além do túmulo. Nos céus não há divisões. Vamos ser unidos lá. Orem a Deus para que possamos terminar com nossas divisões aqui na terra, para que possamos deixar uma benção aqui; uma igreja alegre e unida.”

Em 1809 Thomas Campbell disse: “Ainda que a Igreja de Cristo na terra tenha que existir em sociedades diferentes, separadas localmente uma da outra, ainda assim não pode haver cismas e divisões. Elas devem receber uma a outra como Jesus as recebeu para a glória do Pai. 

Por esta razão, estas igrejas devem andar na mesma regra, falar todas a mesma coisa e devem ser unidas no mesmo pensamento e julgamento. 

Para conseguir isso, nada pode ser forçado no cristão, como artigo de fé e nada esperado do cristão como prova de irmandade, além do que está ensinado, expressamente, na Palavra de Deus. 

Também, nada deve ser incluído, como uma obrigação divina, na constituição da igreja, se não está autorizado por Nosso Senhor Jesus Cristo e Seus Apóstolos, através da igreja do Novo Testamento. 

Onde as Escrituras são silenciosas, nenhuma autoridade humana tem o direito de impor mandamentos e ordenanças que o Nosso Senhor Jesus Cristo não autorizou. Nada deve ser recebido na fé ou culto da igreja ou feito como teste de irmandade entre cristãos, que não seja tão velho quanto o Novo Testamento. 

Divisões entre cristãos, cheias de maldades, destruindo a unidade do corpo de Cristo, são horríveis.”(Documentos Históricos Defendendo A União Cristã. C.A. Young, pp 71-74 ).


ALEXANDER CAMPBELL



Enquanto Thomas Campbell estava trabalhando para o bem da união entre seguidores de Cristo nos Estados Unidos, seu filho, Alexander, estava tendo os mesmos pensamentos na Escócia, sem a mínima idéia que um dia ele e o pai iam trabalhar juntos para uma restauração da Igreja Bíblica.

A família de Thomas Campbell, em 1808, tinha saído da Irlanda para a América do Norte. Mas, por causa de um acidente no mar, eles precisaram passar um ano na Escócia onde Alexander aproveitou o tempo estudando na Universidade de Glasgow, onde seu pai tinha estudado. 

Chegou a conhecer Greville Ewing, que tinha estabelecido uma congregação independente de qualquer outra igreja, com seus próprios bispos e que observava a Ceia do Senhor todos os domingos. 

Ewing tinha o desejo de ter a igreja como o Novo Testamento ordenava. João Glass e Roberto Sandemam tinham os mesmos pensamentos e estabeleceram várias congregações assim na Escócia. 

Suas congregações eram governadas independentemente com seus próprios líderes. Glass e Sandemam entenderam que no Novo Testamento as palavras “bispo” e “presbítero”eram palavras indicando o mesmo cargo ou homem (Atos 20:28; I Pedro 5:1-4 ). 

A Ceia era observada todos os domingos ( Atos 20:7 ) e a Bíblia era a única autoridade ( II Timóteo 3:16-17). Todavia, eles usavam a aspersão para o batismo e tinham a prática de batizar infantes.

Ao mesmo tempo dois irmãos, Roberto e James Haldane, começaram uma reforma da igreja da Escócia. Eram homens ricos e usavam o seu dinheiro para propagar os ensinamentos da bíblia. 

Mas foram forçados a abandonar esta ideia porque a igreja da Escócia estava profundamente estabelecida nas tradições antigas para mudar pensamentos e doutrinas. 

Eles começaram a estabelecer congregações cristãs, baseadas nos ensinamentos do Novo Testamento. Depois de dez anos, entre 1799 e 1809, os irmãos Haldane, notaram que o modo bíblico para o batismo é imersão. Eles foram imersos e começaram a ensinar isso nas suas congregações.

Tudo isso teve um impacto no jovem Alexander. Ele frequentou muito o lar de Greville Ewing, junto com outros, estudando as Escrituras. 

Ele escutava as aulas e estudava a sua Bíblia notando fatos e ensinamentos bíblicos. Ele lembrava do seu pai, na América do Norte, com desejo de trocar ideias com ele.

Finalmente, no dia 3 de agosto de 1809, a família Campbell viajou da Escócia para a América do Norte, chegando a New York no dia 29 de setembro de 1809. 

Eles tomaram uma diligência para a Pensilvânia para encontrar com o chefe da família, Thomas Campbell. Ao mesmo tempo ele saiu para encontrá-los e em algum ponto na estrada, entre New York e Pensilvânia, eles se reuniram. 

Nesta reunião jubilosa, nem o pai nem o filho sabiam que ambos tinham abandonado doutrinas da igreja Presbiteriana. Alexander tinha receio de dizer isso para seu pai. 

Mas, Thomas Campbell não podia esperar mais e contou as suas experiências com a Igreja Presbiteriana e a sua decisão de seguir somente a Palavra de Deus. Alexander contou as suas experiências na Escócia e disse que estava com os mesmos pensamentos.


A RESTAURAÇÃO GANHA FORÇA

Quando homens como Thomas e Alexander Campbell, Bartom Stone, James O’Kelley, Abner Jones, Elias Smith e outros, notaram a força e responsabilidade atrás da ideia: “Onde a bíblia fala nós falamos; onde a bíblia cala nós calamos”, começaram a sentir o peso das suas decisões. 

Um desses homens se expressou assim: “Então, isto significa que o batismo para infantes é errado porque a Bíblia não fala sobre isso”.

Estes homens tentaram, com êxito, unir mais e mais as pessoas para estudar os princípios bíblicos. Thomas Campbell chegou a conhecer Barton Stone e começaram a ensinar e trabalhar juntos. 

Alexander Campbell começou a pregar, dedicando as suas pregações para a propagação do evangelho primitivo do Novo Testamento. 

Ele tinha debates sobre o modo do batismo, o batismo de infantes, debates com a Igreja Católica e chegou a defender o cristianismo ante um ateu. Estes debates foram assistidos por centenas de pessoas e as defesas de Alexander Campbell penetraram ainda mais corações. 

Walter Scott foi convertido e tornou-se um grande evangelista convertendo centenas de pessoas, incluindo várias congregações batistas.

A UNIÃO

As congregações independentes, formadas por pessoas que abandonaram as doutrinas humanas e credos das igrejas protestantes, sentiram a necessidade de unir-se mais e mais. Os seus líderes se encontravam e trocavam ideias, estudavam a Bíblia e trabalhavam em conjunto. 

Eles cuidavam para que a palavra de Deus fosse a fonte dos seus pensamentos e decisões. Congregações pequenas se juntaram com outras para formar congregações maiores. As congregações iniciadas por James O’Kelley e Abner Jones se juntaram com as de Barton Stone. 

Em 1820 os Campbells tinham estabelecido 4 congregações com uns 200 membros, enquanto as pregações e esforços de Stone, Jones e O’Kelley, tinham resultado em 500 congregações e uns 15.000 membros.

Rice Haggard, um trabalhador numa destas congregações, estava convencido de que o nome CRISTÃO tinha que ser o único nome usado pelos seguidores de Cristo.

Ele influenciou O’Kelley e Stone a abandonar qualquer nome que não estivesse escrito no Novo Testamento.

Em 1831 houve uma reunião entre líderes destas congregações. Eles queriam mais união para o bem do evangelho. Eles tinham as afastado das igrejas batistas, metodistas, presbiterianas, anglicanas e outras, para abandonar doutrinas e nomes humanos. 

Nesta reunião João Smith expressou os sentimentos de todos dizendo: “Vamos, irmãos, Não ser seguidores de Campbell ou de Stone e vamos ser luzes novas e nem velhas. Mas, vamos usar somente a Bíblia como o único livro no mundo que pode nos dar a luz que precisamos”. 

Com estas palavras os homens se abraçaram e resolveram encontrar união dentro da própria bíblia e pregar o Evangelho em vez de propagar opiniões humanas.

Eles deixaram de lado nomes humanos, chamando as suas congregações pelo nome de Cristo e seus membros pelo nome bíblico, cristãos. A Bíblia era sua única fonte de autoridade. Se uma doutrina não estava mencionada no Novo Testamento, eles não a aceitavam.

Neste mesmo tempo houve uma união no estado de Indiana entre várias pessoas e grupos sob o trabalho de João Langley e João Thompson. Langley escreveu para Barton Stone, em 1831, dizendo: “Os batistas e nós somos um”. 

Antes, no mesmo estado, João Wright, em 1819, conseguiu que uma igreja Batista deixasse seus credos para seguir somente a Bíblia. Em 1828 mais igrejas protestantes abandonaram suas doutrinas humanas para seguir o que a Bíblia ensina sobre a Igreja e o Cristianismo.


O PROGRESSO

A volta para a Bíblia penetrou outros estados, como Tennessee e Illinois. James O’Kelley continuou suas pregações nos estados de Virginia e Carolina do Norte.

Abner Jones estava ensinando no norte dos Estados Unidos. Barton Stone pregava com grandes resultados. Alexander Campbell começou várias publicações que tiveram uma influência enorme. 

Viajou muito pregando e ensinando a Bíblia. Fundou uma escola para preparar pregadores. A sua influência cresceu tanto que, em junho de 1850, foi convidado para falar ante o congresso dos Estados Unidos em Washington. 

Ele é o único pregador, na história da América do Norte, que teve oportunidade de falar ante o congresso.

Cem homens assim, vivendo a vida para Cristo, plantando a semente bíblica, com força e convicção, a restauração da igreja do Novo Testamento não podia ter nada menos do que sucesso. 

Hoje na América do Norte, há mais de 25.000 congregações e mais de 3 milhões de membros, seguindo os mandamentos do Novo Testamento, sendo membros da Igreja de Cristo.

É como Jesus ensinou: “A semente é a palavra de Deus” ( Lucas 8:11). Quando esta semente é plantada no coração , o resultado é nada menos do que um cristão, seguidor de Cristo. Um nascimento de pessoas sem doutrinas humanas, sem denominação ou ligação com nomes humanos e sem uma sede terrena, pois as congregações bíblicas são autônomas em governo. São o que são; A Igreja de Deus; A Igreja de Cristo; A Casa de Deus.

O nosso interesse principal é verificar se estamos semeando a mesma semente semeada pelos apóstolos. A parábola do semeador diz que a semente do reino é a Palavra de Deus (Lc 8:11). 

Se nós semearmos a mesma semente que os apóstolos semearam brotará a mesma igreja: “Pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará” (Gálatas 6:7). 

Cada espécie de semente reproduz sua própria espécie. Assim, quem semear aveia, colherá aveia; quem semear trigo, colherá trigo; quem plantar algodão, colherá algodão; quem semear a pura semente do reino, colherá a verdadeira igreja. 

Quando esta semente foi plantada no primeiro século ela não produziu batistas, metodistas, pentecostais, etc. Nem a semente do reino produzirá esse tipo de colheita hoje. 

Portanto temos que admitir que tais colheitas existem hoje devido ao fato de outras sementes, que não a do reino, terem sido semeadas. A palavra de Deus, a semente do Reino, produz somente Cristãos; todas as outras colheitas têm sido produzidas por outras sementes. ( Por que sou membro da Igreja de Cristo, Leroy Brownlow, pp 17 ).


A RESTAURAÇÃO NÃO TERMINADA

A restauração da Igreja pura vai continuar a preocupar todos em todas as gerações. Vai continuar o desafio de todos que temem a Deus e Seus Mandamentos.

Não é demais desejar que todos os homens, de todas as línguas e tribos, amem a verdade e sejam membros da igreja de Cristo. A obediência a seitas, denominações, credos e confissões, tem de terminar para uma busca pela verdade.

A restauração da igreja bíblica não está terminada. No mundo inteiro, homens sinceros ainda estão pregando um cristianismo não denominacional. As expressões como: “Volta à Bíblia” e “Onde a Bíblia fala nós falamos; onde a Bíblia cala nós calamos”, são frases que estão sendo propagadas em todos os cantos do mundo. Foi

Jesus que disse: “Ide a todo o mundo, pregai o evangelho a todas as criaturas” (Mateus 28:18-19). Precisamos continuar a plantar a semente certa; a Palavra de Deus.


A IGREJA DE CRISTO

A Igreja de Cristo, a igreja constituída com o sangue de Cristo, também chamada na Bíblia como a Igreja de Deus ou simplesmente O Reino de Cristo ou o Corpo de Cristo, não é uma igreja protestante ou uma denominação. 

Ela não possui credos, senão a Bíblia. Ela não tem nomes, senão o nome de Cristo. Ela não tem uma organização, senão a que está descrita no Novo Testamento de Cristo.

A Igreja de Cristo não foi fundada ou organizada por causa de protestos contra qualquer outra instituição. A Igreja de Cristo não é o produto da reforma no século16 na Europa, e nem da restauração na América do Norte no século 18. 

É a planta que cresce da semente da Bíblia, semeada no coração da pessoa. Pois, a igreja de Cristo é composta de pessoas regeneradas pois esta semente ( I Pedro 1:22-25), nascidas de novo (João 3:5). 

A Igreja de Cristo pode ser construída em qualquer lugar, em qualquer século, porque a semente que produz esta igreja é permanente ( I Pedro 1:25). 

Pode ser que haja uma cidade onde nunca houve uma igreja de Cristo; a Igreja Bíblica. Mas, esta cidade pode ter a igreja de Cristo quando alguém começa a plantar a semente da Palavra de Deus. 

Esta semente vai produzir somente cristãos membros do corpo de Cristo. Não é uma igreja nova, mas sim, a igreja tão velha como o Novo Testamento porque esta semente é permanente.

A origem da Igreja de Cristo está no evangelho de Cristo. Colocar uma data para o começo da igreja antes ou depois da ressurreição de Cristo, é em vão, porque a igreja é o seu corpo (Efésios 1:22-23). Comprada com o Seu próprio sangue (Atos 20:28). Pela sua natureza, o corpo de Cristo, a igreja, é um só corpo (Efésios 4:4).

Não pode haver mais de um corpo ou igreja porque há somente um cabeça (Colossenses 1:18). O mundo dividido em assuntos religiosos, não entende quando o seguidor de Cristo diz que há uma só igreja. Ele não está dizendo que há somente uma “denominação”. Pois, a igreja de Cristo não é protestante, nem católica e nem judia.

É somente o que é; o corpo de Cristo, seguindo os mandamentos do Novo Testamento, adorando a Deus conforme manda a Bíblia.


A IGREJA DE CRISTO NO BRASIL

No Brasil há pessoas, como as da América do Norte, no século 18, como as da Europa nos séculos passados, e como sempre houve no mundo, desejando seguir somente o que a Bíblia diz, deixando de lado os credos e doutrinas humanas e nomes humanos para seguir somente a Palavra de Deus ( I Coríntios 1:10-13). 

Há congregações assim, em vários estados do Brasil, restaurando o padrão bíblico para a igreja. É importante estar na doutrina de Deus. Faz uma diferença no que você está obedecendo e seguindo. 

É muito perigoso pensar, como muitos pensam, que qualquer igreja está bem porque estão todos pensando em Deus e usando o nome de Cristo. 

É perigoso por causa das palavras de Cristo em Mateus 7:21-23. Jesus disse: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor, porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres ? Então lhes direi explicitamente: Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade”.

Note bem, nesta passagem, Jesus chamou as pessoas praticantes de iniquidade e estas pessoas estavam trabalhando em nome D’Ele. Mas, estas pessoas não estavam fazendo a vontade de Deus porque não estavam com Deus e dentro da doutrina Dele.

Sim, é muito importante cuidar para estar na doutrina de Cristo e não na dos homens.

Será que na congregação onde você é membro, há ensinamentos não encontrados na Palavra de Deus?

Será que além da Bíblia, a sua congregação está obedecendo livros escritos pelos homens? 

Sua igreja usa credos, manuais de fé ou escritos de catecismo? Lembre que a Bíblia tem o poder de deixar você perfeito ( II Timóteo 3:16-17).

Será que o nome da sua igreja está escrito no Novo Testamento? 

O nome da sua congregação é bíblico? Lembre que a bíblia condena nomes humanos ( I Coríntios 1:10-13) porque criam divisões.

Será que além da bíblia você está seguindo outras autoridades ? Tais como o Livro de Mórmom. Lembre bem o que gálatas 1:6-9 ensina.

Porque você não resolve agora seguir o exemplo de outras pessoas, nos séculos passados e no presente século, e voltar para a autoridade da Bíblia, deixando todos os nomes humanos e doutrinas não encontradas na Palavra de Deus ? 

Torne-se somente cristão, membro da Igreja fundada pelo nosso Senhor Jesus Cristo.


A SEMENTE ESTÁ NAS SUAS MÃOS



Lembre que as pessoas na cidade de Beréia, na época do Novo Testamento, eram nobres porque estudavam as Escrituras para ter a certeza de seguir mandamentos de Deus ( Atos 17:11).

Que Deus o abençoe na sua procura do cristianismo primitivo. Esperamos que esta pequena história da restauração da Igreja de Cristo vá inspirá-lo a fazer o mesmo neste grande país, o Brasil. Deus deixou a semente nas suas mãos. 

O que é que vai fazer com ela? Não importar, aceitando qualquer doutrina, sem examiná-la?

Ou, procurar conhecer qual é a vontade de Deus? Por que não ser um plantador da semente que vive eternamente ? Por que não resolver plantar a Palavra de Deus na sua própria cidade?

A semente está nas suas mãos. O que vai fazer com ela?


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